Rio - O miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando de Curicica, foi transferido nesta terça-feira para a penitenciária federal de segurança máxima em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Chefe da milícia de regiões de Jacarepaguá, ele foi apontado por delator e ex-aliado como um dos autores junto com o vereador Marcello Siciliano (PHS) do plano para assassinar a vereadora Marielle Franco (Psol), que também causou a morte do motorista Anderson Gomes. Ambos negam o crime.
A transferência contou com viaturas do Serviço de Operações Especiais (SOE) e do Grupamento de Intervenção Tática (GIT) da Seap. Ele deixou Bangu I no início da manhã de hoje, em cumprimento a uma determinação judicial, baseada em um pedido da Secretaria de Estado de Segurança.
A vereadora Marielle Franco (Psol) e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados no dia 14 de março, quando ela saía de um evento na Rua dos Inválidos, na Lapa, região central do Rio. Após uma reprodução simulada, foi constatado que a arma utilizada no crime havia sido uma submetralhadora MP5.
Uma arma do mesmo modelo foi encontrada com um miliciano em uma comunidade de Itaguaí, mas uma perícia preliminar apontou que não é mesma usada nas mortes de Marielle e Anderson. Outras submetralhadoras MP5 usadas por forças de segurança do estado passarão por confronto balístico.
Antes de ir para Bangu I, de segurança máxima no Complexo de Gericinó, Renato Darlan, advogado de defesa de Orlando, disse que ele havia sofrido uma tentativa de envenenamento no presídio Bangu 9, reservado para miliciano, além de ter sido ameaçado por outros internos.
Orlando de Curicica cumpre pena considerada leve, de quatro anos e um mês por posse ilegal de arma, mas o ex-PM é acusado da morte do ex-presidente da escola de samba Parque Curicica, Wagner Raphael de Souza, em 2015. O carro da vítima foi atingido por 12 tiros.