Reprodução simulada do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes - Agência O Dia
Reprodução simulada do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro GomesAgência O Dia
Por Bruna Fantti

Rio - A Polícia Civil apura ainda três linhas de investigação para o assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes. Em duas delas, o vereador Marcello Siciliano (PHS) aparece como investigado. O parlamentar nega envolvimento no crime.

A testemunha que delatou o vereador e o ex-PM Orlando Curicica e está sob proteção policial forneceu uma lista com cerca de 15 nomes, sendo a maioria apelidos, de pessoas que ele supõe que poderiam ter participação no crime. De acordo com investigadores ouvidos pelo DIA, em nenhum momento ele aponta quem estaria dentro do veículo Cobalt prata utilizado pelos assassinos. Além disso, não forneceu nomes de PMs da ativa.

Os policiais fazem levantamento de suspeitos, com base nesses vulgos fornecidos pela testemunha. Um deles é Thiago Macaco. De acordo com o RJTV ontem, um homem com esse apelido foi detido, mas liberado em seguida. Ele se queixou de ter sido colocado somente de roupas íntimas em uma cela.

Ontem, o ministro Extraordinário da Segurança, Raul Jungmann, confirmou que uma das linhas de investigação envolve o vereador e Orlando Araújo, que está preso preventivamente por participação em um crime de 2015. "O que eu posso dizer é que estes e outros todos são investigados (sic). Eu acredito que, em breve, vamos ter resultados".

Orlando, que é apontado pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas como chefe de milícia, negou sua participação no crime, em carta divulgada ontem, pelo DIA. Ele foi transferido de Bangu 9 para Bangu 1, de segurança máxima. Há a suspeita, segundo a investigação, que ele tenha dado a ordem para matar Marielle através de um celular ou de visitas de outros presos.

Arma usada foi uma HK MP5
Modelo é 'Ferrari' das submetralhadoras
Modelo é 'Ferrari' das submetralhadorasDIVULGAÇÃO
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A perícia da Polícia Federal já tem uma certeza: a submetralhadora utilizada no crime é uma HK MP5. A arma foi utilizada na reprodução simulada de ontem, no Estácio, com e sem silenciador. Além disso, o fato da munição utilizada no crime ser de treinamento, conforme comprovou a perícia, tende a provocar menos barulho do que a munição conhecida como "mais P" (mais pólvora), o que poderia explicar o fato das pessoas nas redondezas não terem escutado os disparos.
De acordo com o especialista em armas, Vinícius Cavalcante, a MP5 "é a Ferrari das submetralhadoras". Ela é utilizada pelas polícias do Rio, principalmente em retomada de reféns, por ser considerada uma arma precisa e com baixo recuo. "Não é preciso ter um treinamento especial para seu manuseio. Mas é uma ama cara, não sendo utilizada pela criminalidade com frequência", apontou Cavalcante.
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Para a reconstituição da morte de Marielle e Anderson foi montada uma megaoperação, com interdição de ruas e bloqueio do espaço aéreo no entorno do Estácio. Cerca de 200 militares da polícia e do Exército, além dos agentes da Divisão de Homicídios, estiveram na ação.
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