"A ideia desse Memorial é transmitir valores éticos e educar as novas gerações através da preservação da memória. Lembrar sempre, para que não seja esquecido nem repetido, o crime do Holocausto Nazista", afirma Alberto Klein, presidente da Associação Cultural Memorial do Holocausto.
Com recorte sensível a todos os povos perseguidos, a exposição também vai evidenciar que, além dos judeus, outras minorias como negros, ciganos, pessoas com deficiência física e/ou mental, homossexuais (termo utilizado na época para se referir a pessoas LGBTQIA+), testemunhas de Jeová, maçons e opositores do regime nazista também foram vítimas. Dados históricos revelam que das 11 milhões de vítimas, seis milhões eram de pessoas judias, população que sofreu uma perseguição mais estruturada, e cinco milhões, de outras minorias. Para abarcar o tema em sua complexidade, a equipe de curadoria do Memorial, composta por Alfredo Tolmasquim, Carlos Reiss e Sofia Débora Levy, contou com a consultoria de especialistas no recorte das populações atingidas.
“O Memorial do Holocausto do Rio de Janeiro é um espaço de homenagem às vítimas do Holocausto, mas também um local de educação e de reflexão sobre discriminações e perseguições contra vários povos e grupos sociais, que continuam ocorrendo no Brasil e no mundo. A compreensão dos fatores e dos processos que levaram ao Holocausto é uma lição que deve ficar para a história”, diz Alfredo Tolmasquim.
Além da exposição de longa duração, o Memorial do Holocausto terá espaços para mostras temporárias, loja de souvenir, café e espaço multiuso para atividades educativas e culturais, além de um projeto de acessibilidade inovador, não apenas física, mas de interação com o conteúdo e com atividades para todos os públicos, tornando-se uma referência em inclusão e acessibilidade.
Áreas e conteúdos
Em seguida, inicia-se o percurso da exposição de longa duração, dividida em três grandes áreas. O primeiro módulo, “A vida antes do Holocausto”, trará os diferentes modos de vida na Alemanha, Polônia, Rússia e outros países, com fotos e vídeos da vida plena dos judeus e demais minorias perseguidas de várias classes sociais – ida às festas, escolas, casamentos, a diversidade dos idiomas e alfabetos, entre outros. À medida que o visitante caminha, ele terá contato com diferentes sons, que vão se transformando e ficam mais intensos, marcando o início da perseguição.
Ao entrar na área “A vida durante o Holocausto” será possível ter contato com o processo que levou ao Holocausto, bem como os dilemas éticos enfrentados pelas vítimas em um mundo de caos e perseguição, desde as primeiras ações de discriminação até a deportação e o extermínio. Ali os visitantes terão a real percepção da luta das pessoas pela sobrevivência, a luta pela vida.
Com foco nos direitos humanos, uma instalação artística na varanda do museu promete encerrar a exposição principal do Memorial do Holocausto transportando o visitante para a realidade atual da sociedade. Um painel coletivo, construído por muitas pessoas, trará os diversos povos/minorias, fazendo um paralelo com os dias de hoje.
Idealização, patrocinadores e curadoria
Idealizado pelo ex-deputado Gerson Bergher, o Memorial do Holocausto é uma realização da Associação Cultural Memorial do Holocausto, com apoio institucional da Prefeitura do Rio, tendo a Multiplan como patrocinador master. O projeto conta ainda com o Banco Daycoval, Banco Safra e RJZ Cyrela como patrocinadores, Consulado da Alemanha como parceiro e XP Investimentos como doador, além de vários outros apoiadores.
“Estamos muito honrados em poder fazer parte dessa iniciativa, pessoalmente e com a Multiplan. Com o apoio que demos para o desenvolvimento do projeto, estamos vislumbrando o futuro, criando um legado histórico e fortalecendo o turismo no Rio de Janeiro”, afirma José Isaac Peres, presidente da Multiplan.
O Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), organização social de cultura sem fins lucrativos, é responsável pela implantação, concepção curatorial da exposição, consultoria para a futura gestão e captação de recursos por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal e Lei Municipal de Incentivo à Cultura. O parceiro do IDG na criação e desenvolvimento da museografia é a SuperUber.