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Obras do Memorial do Holocausto no Rio são concluídas
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Obras do Memorial do Holocausto no Rio são concluídas

Monumento é inaugurado e museu será aberto ao público em 2021

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Obras do Memorial do Holocausto no Rio são concluídas

Monumento é inaugurado e museu será aberto ao público em 2021

Prefeito do Rio, Marcelo Crivella participou da inauguração do Memorial do Holocausto - Reginaldo Pimenta
Prefeito do Rio, Marcelo Crivella participou da inauguração do Memorial do HolocaustoReginaldo Pimenta
Por O Dia
Rio - Um novo espaço cultural chegará à cidade do Rio de Janeiro em 2021. O Memorial às Vítimas do Holocausto, no Morro do Pasmado, em Botafogo, que além de um monumento contará também com um museu, vai apresentar aos visitantes relatos e imagens de vítimas e sobreviventes de um dos maiores genocídios da história, o Holocausto. Com inauguração prevista para setembro do ano que vem, o espaço, que teve suas obras concluídas neste mês, vai proporcionar uma reflexão sobre a importância dos direitos humanos, da democracia, da justiça, da tolerância, da liberdade, do respeito à diversidade e ao pluralismo como valores e princípios éticos fundamentais do ser humano. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, participou neste domingo (13), às 9h30, da inauguração do Memorial do Holocausto.

"A ideia desse Memorial é transmitir valores éticos e educar as novas gerações através da preservação da memória. Lembrar sempre, para que não seja esquecido nem repetido, o crime do Holocausto Nazista", afirma Alberto Klein, presidente da Associação Cultural Memorial do Holocausto.

Com recorte sensível a todos os povos perseguidos, a exposição também vai evidenciar que, além dos judeus, outras minorias como negros, ciganos, pessoas com deficiência física e/ou mental, homossexuais (termo utilizado na época para se referir a pessoas LGBTQIA+), testemunhas de Jeová, maçons e opositores do regime nazista também foram vítimas. Dados históricos revelam que das 11 milhões de vítimas, seis milhões eram de pessoas judias, população que sofreu uma perseguição mais estruturada, e cinco milhões, de outras minorias. Para abarcar o tema em sua complexidade, a equipe de curadoria do Memorial, composta por Alfredo Tolmasquim, Carlos Reiss e Sofia Débora Levy, contou com a consultoria de especialistas no recorte das populações atingidas.

“O Memorial do Holocausto do Rio de Janeiro é um espaço de homenagem às vítimas do Holocausto, mas também um local de educação e de reflexão sobre discriminações e perseguições contra vários povos e grupos sociais, que continuam ocorrendo no Brasil e no mundo. A compreensão dos fatores e dos processos que levaram ao Holocausto é uma lição que deve ficar para a história”, diz Alfredo Tolmasquim.

Além da exposição de longa duração, o Memorial do Holocausto terá espaços para mostras temporárias, loja de souvenir, café e espaço multiuso para atividades educativas e culturais, além de um projeto de acessibilidade inovador, não apenas física, mas de interação com o conteúdo e com atividades para todos os públicos, tornando-se uma referência em inclusão e acessibilidade.

Áreas e conteúdos
Com a finalização das obras concluídas, o Memorial do Holocausto entrará em fase de implementação do conteúdo. O contato com a exposição tem início antes mesmo de o visitante entrar no museu. Na rampa de entrada ao local, na parede lateral do espaço, nomes de comunidades de vários países vão se rareando à medida em que a entrada principal se aproxima, em uma metáfora visual que remete às comunidades que foram dizimados durante o período do Holocausto.
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Já no interior da edificação, é no espaço “Celebração da Vida” que o público tem contato com o conteúdo museológico, no qual letras formam citações e retratos de sobreviventes sobre o valor da vida. Palavras e imagens fluem - desde a coluna central, que é a base do obelisco, elemento escultórico ícone da arquitetura da edificação -, até o final das paredes curvas.

Em seguida, inicia-se o percurso da exposição de longa duração, dividida em três grandes áreas. O primeiro módulo, “A vida antes do Holocausto”, trará os diferentes modos de vida na Alemanha, Polônia, Rússia e outros países, com fotos e vídeos da vida plena dos judeus e demais minorias perseguidas de várias classes sociais – ida às festas, escolas, casamentos, a diversidade dos idiomas e alfabetos, entre outros. À medida que o visitante caminha, ele terá contato com diferentes sons, que vão se transformando e ficam mais intensos, marcando o início da perseguição.

Ao entrar na área “A vida durante o Holocausto” será possível ter contato com o processo que levou ao Holocausto, bem como os dilemas éticos enfrentados pelas vítimas em um mundo de caos e perseguição, desde as primeiras ações de discriminação até a deportação e o extermínio. Ali os visitantes terão a real percepção da luta das pessoas pela sobrevivência, a luta pela vida.
Seguindo o percurso da mostra, a próxima área é “A vida depois do Holocausto”, na qual a liberação, a imigração e a reconstrução serão o foco principal. Além de fatos interessantes e histórias de pessoas conectadas ao Brasil, sobreviventes que para cá vieram, um mapa interativo vai mostrar os fluxos migratórios, .

Com foco nos direitos humanos, uma instalação artística na varanda do museu promete encerrar a exposição principal do Memorial do Holocausto transportando o visitante para a realidade atual da sociedade. Um painel coletivo, construído por muitas pessoas, trará os diversos povos/minorias, fazendo um paralelo com os dias de hoje.
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O caminho de saída da exposição - a “Alameda dos Princípios” - será marcado por 18 valores éticos, estimulando o visitante a compreender a lição do conteúdo apresentado. O número 18, em hebraico, tem o simbolismo da vida, pois é o número que corresponde à palavra CHAI, convocando para a reflexão “O que você está levando daqui?”, apresentando valores como liberdade, equidade, tolerância, respeito, acolhimento, empatia, entre outros.

Idealização, patrocinadores e curadoria

Idealizado pelo ex-deputado Gerson Bergher, o Memorial do Holocausto é uma realização da Associação Cultural Memorial do Holocausto, com apoio institucional da Prefeitura do Rio, tendo a Multiplan como patrocinador master. O projeto conta ainda com o Banco Daycoval, Banco Safra e RJZ Cyrela como patrocinadores, Consulado da Alemanha como parceiro e XP Investimentos como doador, além de vários outros apoiadores.

“Estamos muito honrados em poder fazer parte dessa iniciativa, pessoalmente e com a Multiplan. Com o apoio que demos para o desenvolvimento do projeto, estamos vislumbrando o futuro, criando um legado histórico e fortalecendo o turismo no Rio de Janeiro”, afirma José Isaac Peres, presidente da Multiplan.

O Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), organização social de cultura sem fins lucrativos, é responsável pela implantação, concepção curatorial da exposição, consultoria para a futura gestão e captação de recursos por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal e Lei Municipal de Incentivo à Cultura. O parceiro do IDG na criação e desenvolvimento da museografia é a SuperUber.
 
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