Rio - A operação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na Zona Sul do Rio, com o Grupamento de Intervenções Táticas da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) teve um morto e três baleados, na manhã desta quarta-feira. A polícia os trata como suspeitos, mas ainda não foi divulgada as suas identificações. Em nota, a PM disse que eles foram encontrados após o tiroteio entre policiais e criminosos. Desde cedo, moradores relatam o intenso tiroteio na região. A ação começou por volta das 4h30, mas o confronto começou pouco antes das 7h.
No início da ação nas comunidades, os criminosos atiraram contra os policiais que estavam no local e houve confronto. Uma pistola foi encontrada com um dos presos. Dois dos detidos baleados foram medicados e levados para a delegacia da área.
Dois transformadores foram atingidos e a comunidade do Pavão-Pavãozinho, inclusive escolas e creches, está sem luz. O transporte alternativo também não está funcionando, fazendo os moradores descerem o morro a pé. Por volta das 11h, uma bomba caseira, conhecido popularmente como "cabeção de nego", foi lançado na Rua Sá Ferreira e a explosão causou pânico e correria.
Um morador do Pavão-Pavãozinho disse que vai trocar o morro por outro. "Moro há 17 anos no Pavão-Pavãozinho. Levo minha filha para a escola debaixo de tiros. Ultimamente todo santo dia acontece isso aqui, não aguento mais essa situação. Vou sair daqui e vou para o Morro dos Prazeres. A gente mora em comunidade porque precisa", explicou, sem querer ser identificado.
Uma aposentada de 72 anos, que mora em um prédio na Sá Ferreira que dá de frente para o Pavão, disse que precisa se proteger durante os confrontos. "Nos últimos dias têm sido constantes os confrontos, é toda hora. Tenho que me jogar no chão porque ficamos no fogo cruzado. Sempre penso que uma bala vai acertar a janela lá de casa", relatou.
Uma moradora do alto da comunidade contou que vi uma cena assustadora no início da manhã. Uma mãe com a filha no colo, de aproximadamente 6 anos, que saiu de casa no momento que começou o tiroteio. A testemunha conta que a menina gritava "Mãe, vamos voltar para casa, eu não quero morrer."
Nas redes sociais, moradores da região relataram o que ouviram de suas residências. "Pareciam estar dentro da minha casa", uma moradora contou sobre os tiros. "Muito tiro e helicóptero sobrevoando", afirmou outra. "Muito tiro mesmo. De Ipanema dá para ouvir tudo", disse mais uma, do bairro vizinho. "Eu escutei aqui da (Rua) Tonelero", avisou uma quarta.