Militares mortos em operação das Forças Armadas são enterrados Reprodução Redes Sociais
Por GUSTAVO RIBEIRO
Publicado 21/08/2018 17:02 | Atualizado 21/08/2018 19:28

Rio - Os militares Fabiano de Oliveira Santos e João Viktor dos Santos, mortos na segunda-feira durante uma operação das Forças Armadas em favelas da Zona Norte do Rio, foram enterrados no Cemitério do Mucajá, em Japeri, na Baixada Fluminense, na tarde desta terça-feira.  

Muito abalada, a mãe de João Viktor chegou ao cemitério gritando: "Por que fizeram isso com o meu bebê?". O soldado, que tinha 22 anos, era lotado no 25º Batalhão de Infantaria Paraquedista e deixou um filho de 2 anos. 

Enterro do soldado João Viktor, morto durante operação das Forças Armadas na Zona Norte do RioMarcio Mercante / Agencia O Dia

"Ele queria crescer na vida e fazer o melhor pelo filho e pela mãe. O sonho dele era esse e foi interrompido. Ele se despediu do filho no domingo, recebeu mensagem e foi trabalhar", disse, chorosa, Mara Lima, tia da criança e ex-cunhada do militar, de 41 anos. Ela trouxe o pequeno José no colo para acompanhar o sepultamento do pai.  

Mara também comentou a sensação de medo e insegurança com outros conhecidos e amigos que são militares. "Fazer o quê? É o risco que eu corro todo dia: chegar do trabalho, olhar para as redes sociais e descobrir lá um dos seus", revelou. 

O aposentado Ronaldo Pereira, de 70 anos, que vive há 25 em Engenheiro Pedreira, qualificou João Viktor como uma "criança querida". Amigo da família, o idoso veio se despedir do soldado, que pegou no colo várias vezes quando mais novo. "Era uma criança querida. Além de trabalhar, amava esporte. Gostava de futebol. Criança do subúrbio, a opção que tem é jogar futebol. Lamento a perda dele, que entrou para a farda porque gostava", disse.

Fabiano e João Viktor foram criados em Engenheiro Pedreira, distrito de Japeri, e enterrados lado a lado. Além de amigos e familiares, militares também estiveram presentes nos funerais, entre eles o general de Brigada Antonio Manoel de Barros.

"Quero aqui externar, em nome do General Braga Netto, interventor Federal da cidade do Rio, em meu nome, e em nomes de outros militares nosso profundo pesar. Nós estamos aqui sofrendo junto com a família. Na vida militar, o soldado é como um filho, por isso que sofremos tanto assim. Nós temos, por dever e por acolhida, que prestar todo o apoio as duas famílias", declarou o general. 

"Ressalto também que esse momento, apesar da dor, vai nos fortalecer ainda mais no cumprimento da nossa missão institucional, de preservar e proteger o nosso cidadão contra aqueles, uma minoria de marginais, que querem se portar à revelia da lei", concluiu.

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