Rio - Apesar da História e da Ciência, alguns brasileiros preferem acreditar e compartilhar teorias facilmente contestáveis, além de notícias mentirosas em suas redes, com certo ceticismo seletivo e em clima de 'fé cega, faca amolada'. Num dos episódios mais recentes, houve quem contestasse informações da Embaixada da Alemanha sobre o nazismo, e até negou a existência do Holocausto. Também há quem não tenha prova, mas sim convicção, de que a Terra é plana; pior: há quem negue ainda períodos sangrentos do Brasil, como a escravidão e a ditadura militar. Com o objetivo de contribuir com a promoção do conhecimento, o DIA preparou um guia para ninguém perder o bonde da História nem duvidar dos avanços científicos. Antes de acreditar em boatos, confira:
Planetário do Rio
Aqueles que duvidam do formato da Terra podem visitar ao Planetário do Rio. No local, o visitante irá desvendar o universo e seus segredos Além de observar a Lua e os planetas, assistir filmes sobre astronomia em grandes cúpulas e também conferir as exposições em cartaz no museu do espaço.
"A nossa missão básica é ensinar astronomia. O Planetário tem uma equipe com 10 astrônomos residentes. Se a pessoa tem uma dúvida, entre essas dúvidas pode estar o formato da terra, o Planetário é o lugar para sanar esses questionamentos", afirma Alexandre Cherman, strônomo e diretor de astronomia do Planetário.
Cherman atribui o terraplanismo (teoria de que a Terra é plana) à falta de conhecimento que está se disseminando, sobretudo, nas redes sociais com as notícias falsas."Acreditar não é uma atitude científica. Se a pessoa acredita que a terra é redonda, ela precisa de provas; aqui no Planetário nós temos as provas de que a Terra é redonda.”
“Há mais de 2 mil anos os gregos provaram que a Terra é redonda. É um conhecimento muito antigo. Hoje em dia as pessoas tem escolhido não só o caminho mais confortável, como também mais preguiçoso. Tem acontecido com o terraplanismo e também com a vacinação, que as pessoas acreditam que faz mal”, comenta.
De acordo com o astrônomo, o caminho é buscar conhecimento consistente. “Se você quer saber sobre ciência, por exemplo, precisa buscar instituições que produzam ciência, não no grupo da família no WhatsApp”, alerta Cherman.
Serviço: o Planetário tem atividades gratuitas e outras com ingressos de até R$ 26 (inteira) de terça a domingo. Endereço: Rua Vice-Governador Rúbens Berardo, 100 - Gávea, Rio de Janeiro. Para maiores informações: http://www.planetariodorio.com.br/
Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast)
Ainda no clima científico, o Mast guarda coleções de instrumentos, objetos e documentos ligados à a produção de ciência brasileira. O museu oferece aos visitantes exposições, além de atividades gratuitas direcionadas a todas idades. O público tem a oportunidade de conferir exposições e observar o Sol, através de filtros, projetores e telescópios especiais. Serviço: Rua General Bruce 586, São Cristóvão. Horário: terças, quintas e sextas: 9h às 17h; sábados, domingos e feriados: 14h às 20h. A entrada é gratuita. Informações: http://www.mast.br/pt-br/
Museu Histórico Nacional
O Museu Histórico Nacional é um dos mais importantes centros de preservação e divulgação da história do país. Inaugurado em 1922, o espaço conta com mais de 258 mil itens, entre objetos, documentos e livros, que vão da pré-história ao período republicano. O espaço conta com uma biblioteca especializada em História do Brasil, História da Arte, Museologia e Moda, do Arquivo Histórico, com importantes documentos manuscritos, aquarelas, ilustrações e fotografias, entre as quais exemplares de Juan Gutierrez, Augusto Malta e Marc Ferrez.
Serviço: Praça Marechal Ancora s/nº, Centro. Terça a sexta, das 10h às 17h30, sábado e dom, das 13h às 17h. A entrada é grátis aos domingos, nos demais dias da semana o ingresso é R$ 6 (inteira). Informações através do site: http://mhn.museus.gov.br/
Museu da República / Palácio do Catete
No Palácio do Catete, os visitantes poderão percorrer diversas fases da História do Brasil. Por lá, viveram 20 presidentes, entre 1897 e 1960. O local teve inúmeros acontecimentos históricos: como o velório de Afonso Pena, o suicídio de Getúlio Vargas e adesão do Brasil a duas guerras mundiais. O museu conta com vários quadros explicativos, com textos e fotos, galeria dos presidentes, além dos símbolos nacionais como a Constituinte.
Serviço: Endereço: Rua do Catete 153, Catete — 2127-0324. Ter a sex, das 10h às 17h. Sáb e dom, das 11h às 18h. R$ 6. Livre. Informações: http://museudarepublica.museus.gov.br/
Instituto Pretos Novos (IPN) e Cais do Valongo
Considerado o maior cemitério de escravos das Américas, estima-se que tenham sido enterrados de 20 a 30 mil pessoas, embora nos registros oficiais esses números sejam menores, 6.122 entre 1824 e 1830. Os pretos novos eram os cativos recém-chegados ao Brasil. Muitas vezes, não resistiam aos maus tratos da viagem desde a África e morriam pouco depois de desembarcar. O IPN fica aberto de terça a sexta-feira, das 13h às 18h. Para visitar aos sábados, domingos e feriados, é preciso agendar pelo telefone (21) 2516-7089. Rua Pedro Ernesto,Gamboa. Informações: http://pretosnovos.com.br/
O Cais do Valongo é um sítio arqueológico dos vestígios do antigo cais de pedra construído pela Intendência Geral de Polícia da Corte do Rio de Janeiro para o desembarque na capital fluminense de africanos escravizados a partir de 1811. O Valongo se tornou a principal porta de entrada do país. Os escravos acabavam nas plantações de café, fumo e açúcar do interior e de outras regiões do Brasil. Os que ficavam geralmente terminavam como escravos domésticos ou usados como força de trabalho nas obras públicas. A vinda da família real portuguesa para o Brasil e a intensificação da cafeicultura ampliaram consideravelmente o tráfico. Serviço: Avenida Barão de Tefé, s/n - Saúde.
Museu da Maré
Museu da Maré é o primeiro museu do país localizado dentro de uma favela. O centro cultural foi criado pela própria comunidade mareense e tem como objetivo preservar a memória do complexo, que abrange 16 favelas. Na exposição permanente "Os 12 tempos da Maré" há fotografias, documentos e objetos do cotidiano dos moradores, cujas primeiras palafitas surgiram na década de 40.Endereço: Av. Guilherme Maxwel, 26 - Maré, Rio de Janeiro. Visitação de terça a sexta de 10h às 18h. Entrada gratuita. Para maiores informações: https://www.facebook.com/museudamare/
Museu das Remoções
O Museu das Remoções é um museu comunitário a céu aberto, localizado na Vila Autódromo, comunidade da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Fundado em maio de 2016, ele tem como objetivo preservar a memória e a história das pessoas removidas e desapropriadas para a construção do Parque Olímpico. As visitas são agendadas através do e-mail: museudasremocoes@gmail.com
Exposições que ensinam história
Mostra '130 anos da abolição da escravidão no Brasil'
A exposição tem como proposta demonstrar parte dos movimentos pela supressão da escravidão no Brasil. Foram selecionados documentos produzidos no período compreendido entre 1863 a 1921. Os 20 documentos registram algumas das ideias compartilhadas entre os defensores da causa abolicionista, uma parte do conjunto de leis que precedeu a chamada Lei Áurea, algumas formas de resistência por parte dos escravizados e alguns resultados decorrentes da abolição.
Serviço: de 4 a 30 de setembro de 2018, no Museu Casa de Rui Barbosa. Endereço: Rua São Clemente, 134, Botafogo. Horário de Visitação: de terça a sexta-feira, das 10h às 17h30; sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h. Entrada franca. Informações: (21) 3289 -8671
O Rio do Samba - resistência e reinvenção
A exposição propõe um percurso pela história social do samba, da diáspora africana à atualidade do samba carioca. A perspectiva da resistência e da reinvenção cultural atravessam a mostra, apresentando a potência do samba como fenômeno social e estético.
A mostra conta com obras de Candido Portinari, Di Cavalcanti, Heitor dos Prazeres, Guignard, Ivan Morais, Pierre Verger e Abdias do Nascimento; fotografias de Marcel Gautherot, Walter Firmo, Evandro Teixeira, Bruno Veiga e Wilton Montenegro; gravuras de Debret e Lasar Segall; parangolés de Helio Oiticica, e uma instalação de Carlos Vergara desenvolvida com restos de fantasias. O prato de porcelana tocado por João da Baiana e joias originais de Carmem Miranda são algumas das raridades em exibição.
Serviço: a exposição fica em cartaz até 10/3/2019 no Museu de Arte do Rio (MAR). Endereço: Praça Mauá, 5, Centro. De terça a domingo, de 10h às 17h. O ingresso é R$ 20 (inteira), porém, às terça-feiras a entrada é gratuita. Informações: http://www.museudeartedorio.org.br/pt-br
Está com viagem marcada para São Paulo? Confira exposição sobre a ditadura militar
AI-5 50 Anos – Ainda não terminou de acabar
O Instituto Tomie Ohtake apresenta, entre os dias 4 de setembro e 4 de novembro de 2018, a exposição que tem como objetivo discutir os custos da retirada de direitos democráticos para o imaginário cultural do país, em resposta aos 50 anos do Ato Institucional No. 5, marco do agravamento do totalitarismo da ditadura civil-militar brasileira, entre os anos de 1964 e 1985.
Serviço: Avenida Brigadeira Faria Lima, 201, Pinheiros - São Paulo. A entrada é livre e gratuita. Informações: https://www.institutotomieohtake.org.br/exposicoes/interna/ai-5-50-anos-a-ainda-napo-terminou-de-acabar