Antes de sair da Secretaria de Segurança, general Richard Nunes pediu expulsão de seis oficiais da PM Estefan Radovicz / Arquivo/ Agencia O Dia
Por O Dia
Publicado 14/12/2018 09:18 | Atualizado 14/12/2018 11:33

Rio - Milicianos mataram Marielle Franco, em um crime planejado desde 2017, por acreditarem que a vereadora poderia atrapalhar os negócios ligados à grilagem de terras na Zona Oeste do Rio. São informações declaradas pelo secretário de Segurança Pública do Rio, general Richard Nunes, em entrevista ao jornal Estado de São Paulo.  

Para ele, os criminosos 'superestimaram' o papel que a vereadora poderia desempenhar. "Ela estava lidando em determinada área do Rio controlada por milicianos, onde interesses econômicos de toda ordem são colocados em jogo. No momento em que determinada liderança política, membro do legislativo, começa a questionar as relações que se estabelecem naquela comunidade, afeta os interesses daqueles grupos criminosos", disse ao jornal.

"Uma conscientização daquelas pessoas sobre a posse da terra. Isso causou instabilidade e é por aí que nós estamos caminhando. Mais do que isso eu não posso dizer", acrescentou.

No dia em que os assassinatos completam 9 meses, a Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpriu seis mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao vereador da capital fluminense Marcello Siciliano(PHS), 46 anos. O parlamentar foi apontado por uma testemunha em maio como mandante do crime.

Siciliano e a mulher prestam depoimentos na Cidade da Polícia. O vereador se diz revoltado e indignado com a ação policial e diz querer que o crime seja esclarecido.

Nunes disse que a investigação busca coletar e cruzar dados em um quadro de deficiência estrutural grande que, segundo ele a Intervenção Federal encontrou. Ele disse que foram colhidos centenas de depoimentos sobre o caso, que conta com 19 volumes de investigação. "O erro que a gente não pode cometer não é deixar de anunciar até 31 de dezembro. O erro é anunciar precipitadamente e essas pessoas virem a ser inocentadas por um inquérito mal concluído", defendeu.

 

Para o secretário de Segurança Pública do Rio, o movimento para federalizar a investigação é 'desprovido de fundamento'. O miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando de Curicica, apontado por uma testemunha como participante do crime, disse que a Polícia Civil queria lhe imputar, indevidamente, o crime. "É um absurdo em uma nação democrática colocar em xeque uma investigação a partir do depoimento de um preso", disse.

O secretário disse que as famílias das vítimas estão seguras de que se está fazendo o melhor trabalho possível.

Richardo Nunes diz que é provável que suspeitos estejam mortos. "São pessoas que vivem da prática de crimes com certa frequência estão mais sujeitos a esse tipo de desfecho", disse.

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