Rio - Quatro pessoas ficaram feridas em uma ação da Polícia Militar para fechar o Baile da Gaiola, na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Moradores denunciam que os policiais chegaram atirando. A PM nega que tenha ido ao local para coibir a festa. Mas, confirma que foi à Vila Cruzeiro para coibir o tráfico de drogas em uma operação com 30 homens do Comando de Operações Especiais (COE) do Bope, Choque e das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Imagens que circulam nas redes sociais mostram um caveirão arrastando a lona usada na estrutura do evento.
Testemunhas afirmaram que os disparos partiram dos policiais que já chegaram atirando na estrutura — uma tenda de circo e caixas de sons — que estavam montadas em uma parte da comunidade. As quatro vítimas foram levadas para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
José Nogueira da Silva Pinto, de 69 anos, levou um tiro no ombro. Já Antônio Gonçalves de Oliveira, 56, foi baleado no braço e perdeu muito sangue. Segundo funcionários do Hospital Getúlio Vargas, o estado de saúde de Oliveira é considerado muito grave. Os homens passaram por cirurgia.
Uma terceira pessoa, identificada como Vânia Cristina Macedo, 63, levou um tiro de fuzil no dedo quando passava pela Avenida Brás de Pina. Ela foi socorrida por populares e levada ao hospital. Uma quarta pessoa também foi atingida por estilhaços e recusou atendimento. Por conta do confronto, a festa foi cancelada. Um exame balístico apontará se os disparos partiram das arma dos policiais.
A assessoria de imprensa da PM nega que os agentes tenham ido ao local para acabar com o baile. Diz que os militares fizeram uma operação na localidade conhecida como "Rua H", no Parque Proletário, após receber informações de que suspeitos estariam embalando drogas. Segunda a corporação, ao chegarem a região, os militares teriam sido atacados por homens armados. Houve confronto e os suspeitos conseguiram fugir.
Ainda segundo a PM, durante buscas na região os agentes encontraram parte de um fuzil AR10, dois carregadores do fuzil AK 47, balanças de precisão, uma máquina de contar cédula, além de munições.
No comunicado, a PM disse que ficou sabendo que quatro pessoas foram baleadas e uma viatura foi ao hospital. Logo após, seguiu para a 22ª DP (Penha) para registrar o caso
Mais de 24 horas após o fato, o delegado Fabrício Oliveira, titular da 22ª DP, decidiu abrir um inquérito para investigar o que aconteceu.
"A 22°DP (Penha) instaurou inquérito para investigar os fatos ocorridos no Complexo da Penha, neste fim de semana, e identificar os criminosos que atiraram contra equipes da PM, ocasionando confrontos que resultaram em um policial militar baleado, uma viatura destruída e pelo menos três pessoas feridas", disse o delegado, em nota.
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