Rio - A operação que prendeu o sargento da PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz aconteceria na quarta-feira, mas foi antecipada para às 4h de hoje para evitar a fuga do dois, apontados com o os executores da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. As prisões ocorrem dois dias antes dos crimes completarem um ano.
A polícia acredita que ele pode ter sido informado que iria ser preso e não demonstrou surpresa. "Deixamos uma viatura de vigia. Ele saiu antes. No carro, tinha uma mochila com roupas", afirmou um agente da DH ao Dia.
"Nós falamos: você está preso pelo assassinato da vereadora Marielle. Ele reagiu de forma calma, nada surpreso. Somente respondeu: vocês estão errados, vou provar minha inocência", contou.
"Se antes a gente tinha 99% de certeza que ele atirou, agora temos 99.9%, pela reação. Temos que saber a motivação do crime agora" completou.
No inquérito da DH não há relação entre o atirador e o Escritório do Crime, no qual o capitão Adriano foi alvo de mandado de prisão, mas está foragido. O Escritório faz parte da investigação feita pelo Ministério Público. A especializada não tem indícios da participação do escritório com os presos da operação de hoje.
Os investigadores, que faziam tocaia há alguns dias nas residências dos alvos, interceptaram mensagens dos denunciados que indicavam que eles pretendiam fugir. Élcio, apontado como o condutor do Cobalt de onde Ronnie fez os disparos contra Marielle e Anderson, chegou à Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, por volta das 4h30, após ser preso no Engenho de Dentro. Já Ronnie foi preso em sua casa, em um condomínio na Barra da Tijuca, onde o presidente Jair Bolsonaro morava antes de se tornar presidente da República e se mudar para Brasília.
Para os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), a empreitada criminosa foi meticulosamente planejada durante os três meses que antecederam o atentado. Além das prisões, a operação executa 34 mandados de busca e apreensão nos endereços dos denunciados e outros locais para apreender documentos, telefones celulares, notebooks, computadores, armas, acessórios, munições e outros objetos.
Na casa de Ronnie foram feitas diversas apreensões, entre elas um carro de luxo, FX35 da Infinnity, modelo de 2011, que o valor pode chegar a R$ 200 mil. Os agentes que participam das buscas na casa do sargento reformado da PM fazem uma busca meticulosa na residência, vasculhando telhados caixa d'água e, inclusive, vão escavar o terreno em busca de provas.
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