Rio - O novo chefe da Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Capital), Daniel Rosa, disse nesta segunda-feira que o seu principal compromisso é elucidar o caso Marielle Franco e Anderson Gomes, que completou um ano em 14 de março. Os acusados apontados de matar a vereadora e o motorista foram presos, mas ainda falta apontar o mandante do crime e a motivação.
"Não tenha dúvida. O compromisso é esse, não só com esse caso, mas todos os outros que venham a surgir na minha gestão e os anteriores. Tomamos conta da cidade do Rio de Janeiro, é uma função muito grande. A DH vai continuar a todo vapor para elucidar esses homicídios", defendeu Rosa, garantindo em sua gestão o mesmo tratamento e tecnologia dado ao caso Marielle a outros homicídios na cidade.
O delegado disse que o empenho é dar as respostas sobre os mandantes e a motivação, que fazem parte da segunda etapa da investigação. "Essa é a pergunta que tem sido feita e todos querem uma resposta. Nós da Polícia Civil estamos empenhados a esclarecer essa pergunta nessa segunda fase. Todo o esforço será empregado", falou.
A possibilidade da arma usada nas execuções ter sido jogada no mar da Barra da Tijuca faz parte das diligências, apesar de Rosa não dar detalhes, por conta do sigilo da investigação. "Da arma, quem são os participantes, tudo vai ser abordado ao longo dessa segunda fase. Desde o anúncio dessa mudança (chefia da DH-Capital), nós estávamos com a equipe de transição e colocamos a investigação em andamento, sem que houvesse uma paralisação", falou. "É um caso muito relevante, sensível, de repercussão internacional, uma brutalidade foi cometida contra essa pessoa", concluiu.
Questionado pelo DIA, Rosa disse que não pode falar no momento se designará uma equipe especial para o caso Marielle. Ele disse que também ainda analisa o número de elucidação de crimes da DH-Capital para determinar uma meta em sua gestão.
O secretário da Polícia Civil, Marcus Vinicius Braga, agradeceu ao emprenho de Giniton Lages, que deixa a titularidade da DH-Capital para fazer cursos de especialização no exterior, e deu boas vindas ao novo titular da especializada, garantindo a ele todo o apoio.
"Você tem uma missão muito importante que é em relação ao homicídio e a segunda fase do caso Marielle. Você terá todo o nosso apoio em todas as circunstâncias. Não só nesse caso como em todos os homicídios da capital", garantiu Braga.
Giniton agradece permanência durante transição
O delegado Giniton Lages, que deixou a chefia da DH-Capital, agradeceu a confiança creditada nele, principalmente no momento de transição, em que ele foi mantido no cargo. A mudança na especializada chegou a ser anunciada pelo DIA em dezembro.
"Já imaginávamos que naquele momento de troca de gestão houvesse uma troca, para oxigenar, mas o secretário, sabiamente, decidiu que não era o momento de fazer essa troca. Muito obrigado, secretário", falou.
Lages falou sobre a missão de Rosa, que é recuperar a capacidade de produção investigativa das delegacias de homicídios. Segundo ele, com a chegada de insumos, é esperado o aumento na solução dos casos e dar a mesma qualidade a todos os crimes investigados.
"Vivemos a expectativa de novos insumos que estão chegando para aumentar a resolução de outros casos, não só de Marielle. Fazemos a reflexão que foi muito importante e significativo resolver, pelo menos numa primeira fase, apontar quem matou Marielle. Mas temos que olhar para as demais vítimas com a mesma qualidade. Temos que olhar para João, Maria, Joaquim, a DH tem que ter a capacidade de dar a mesma resposta e com a mesma qualidade para todas as vidas. Aliás, toda vida importa", falou Lages.
Ele parabenizou Rosa pela chefa na DH-Capital e disse que o delegado é "filho da DH-Capital", começando como ele na especializada. "Fiquei muito teliz de saber que seria substituído pelo Daniel Rosa. É um filho da DH-Capital e, assim como eu, assumiu a primeira titularidade na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense."
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