Flavio Chadud ostentava nas redes sociais vida luxuosaReprodução redes sociais
Por Adriano Araujo e Rafael Nascimento
Publicado 30/07/2019 11:08 | Atualizado 30/07/2019 16:02
Rio - Apontado como o líder da quadrilha que se beneficiava das fraudes em licitações na Fundação Leão XIII, Flavio Salomão Chadud, preso nesta terça-feira pela operação "Catarata", do Ministério Público do Rio e da Polícia Civil, ostentava uma vida de luxo nas redes sociais. Churrascos regados a cortes especiais de carne e uísque, viagens internacionais e passeios de lancha estão entre os registros em sua página.
Flavio e sua mulher, Marcelle Chadud, também apontada como líder do esquema, foram presos no condomínio ondem moram na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, onde foram apreendidos uma arma e dinheiro dentro de um cofre.
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Confira o vídeo:
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Outros três endereços do casal foram alvos na ação de hoje, entre eles uma casa em Angra dos Reis, na Região da Costa Verde, onde uma lancha foi apreendida. Outras quatro pessoas foram presas.
 
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O casal tem investido, pelo menos desde 2012, no comércio de cortes de carnes especiais. Eles são donos do Seleto 106, restaurante localizado em um centro comercial na Avenida das Américas que também faz delivery de cortes selecionados para moradores da Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes. O capital social da empresa Seleto Boutique de Carnes e Steak LTDA, aberta em janeiro de 2012, é de R$ 300 mil. Em muitas postagens, Flavio divulga a Seleto 106 através de fotos que mostram os produtos.
Em seu perfil na rede social, Flavio deixa claro o seu gosto por churrasco. Em vários vídeos, o empresário registra costelas assadas por ele e faz questão de mostrar cervejas de marcas especiais. "Olha que beleza, costelinha está aí dentro. Cento e cinquenta graus, perfumando. Vai ficar top isso aí, hein!", diz em um vídeo, no qual mostra a churrasqueira fazendo o preparo da carne.
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Marcelle também chegou a integrar o quadro societário da "Provenza - Carnes Especiais", do mesmo ramo da Seleto 106 e é sediada em Petrópolis, na Região Serrana. Ela divulgou a boutique em fevereiro de 2017, mas não consta mais como sócia, conforme mostra o site da Receita Federal. 
A família Chadud já morou na Califórnia, nos Estados Unidos, conforme Flavio revela. No início deste mês, eles passaram férias em Orlando, na Flórida. "Partiu férias! Orlando, estamos chegando!", escreveu. Entre os compartilhamentos, muitas fotos de passeios de lancha. "Passeio de barco top pelo Rio...", diz uma delas. A operação de hoje apreendeu uma lancha na casa do casal em Angra dos Reis, na Costa Verde.
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Uma postagem chama atenção. Em dezembro de 2018, Flavio postou um teste de aplicativo que apontou qual carreira combinava com sua personalidade. O resultado: chefão da máfia. Uma amiga comentou: 'Dom Chadud'.
Em 7 de julho, ele compartilhou um vídeo do governo do estado que divulgava as ações da Fundação Leão XIII, parte do plano de 180 dias do governo. Segundo a polícia, o estado renovou o contrato com a empresa Servlog Rio Consultoria e Assessoria Empresarial LTDA, que pertence a Flavio e era beneficiada pelas fraudes na entidade, até 2020. O capital da empresa é avaliado em R$ 1,5 milhão.
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O DIA não conseguiu contato com a defesa dos investigados. 
Em nota, a vice-governadoria do Estado, disse que todos os contratos auditados pela Operação Catarata foram firmados entre 2015 e 2018, sob responsabilidade de diretorias anteriores. "Contudo, a empresa Servlog, responsável pela execução do Projeto Novo Olhar, seguiu na prestação de serviços para a Fundação Leão XIII, tendo realizado sua primeira ação no dia 18 de maio de 2019".
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Confira a nota completa:
"A Vice-Governadoria destaca que, ao assumir o mandato, a Vice-Governadoria e a Fundação Leão XIII determinaram a redução de 25% do valor contratual, mantendo assim a saúde financeira do Rio e cumprindo o decreto estabelecido no plano de recuperação fiscal do estado.
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O valor pago à Servlog pela atual gestão é referente exclusivamente a serviços prestados pela empresa neste ano. A administração vigente não quitou nenhuma Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) e nenhum Restos a Pagar (RAP).
Com a execução da Operação Catarata, a Fundação Leão XIII suspendeu todas as atividades do programa e aguarda as orientações da Controladoria Geral do Estado (CGE) e da Procuradoria Geral do Estado (PGE)."