Publicado 14/08/2019 19:17 | Atualizado 14/08/2019 19:18
Rio - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) divulgou nota em que manifesta 'profunda preocupação' com a política de segurança pública executada pelo governo do estado. Por meio de sua Comissão de Direitos Humanos, a OAB diz que prestará apoio jurídico às famílias dos jovens assassinados.
A ordem diz que as mortes recentes de seis jovens pardos e negros são 'inadmissíveis' e não podem ser tratadas como efeito colateral aceitável de uma política de enfrentamento, que classifica como truculenta, sem inteligência e sem respeito a direitos e garantias da população.
A nota diz que as mortes evidenciam desleixo com a vida do cidadão, particularmente de jovens negros e pardos da periferia. Segundo a OAB a segurança e integridade destes jovens ficam comprometidas em ações em que as forças oficiais têm licença para matar.
"Nenhum indicador de violência ou 'propósito pacificador' justifica incursões policiais que desprezem a vida humana, com corte de raça e classe tão eloquente. Medidas como edição de manuais secretos para operações aéreas e mensagens de estímulos à matança generalizada não somam esforços. Pelo contrário, são instrumentos de acirramento dos ânimos e amplificadores dos níveis de letalidade", diz outro trecho.
Confira a nota completa:
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Rio de Janeiro, vem manifestar sua profunda preocupação com a política de segurança pública executada pelo governo do estado.
As mortes recentes de seis jovens pardos e negros é algo inadmissível e não podem ser tratadas como efeito colateral aceitável de uma política de enfrentamento truculenta, sem inteligência e respeito a direitos e garantias da população.
Esses episódios evidenciam grave desleixo com a vida do cidadão, particularmente de jovens negros e pardos da periferia, cuja sua segurança e integridade ficam comprometidas em ações em que as forças oficiais têm licença para matar.
Nenhum indicador de violência ou “propósito pacificador” justifica incursões policiais que desprezem a vida humana, com corte de raça e classe tão eloquente. Medidas como edição de manuais secretos para operações aéreas e mensagens de estímulos à matança generalizada não somam esforços. Pelo contrário, são instrumentos de acirramento dos ânimos e amplificadores dos níveis de letalidade.
Esperamos que a população não seja exposta a riscos desnecessários, não seja vitimada nos confrontos. E que eventuais criminosos sejam presos e julgados, conforme estabelece a lei.
A OAB/RJ estuda medidas contra esse estado de coisas, mantendo-se firme na defesa intransigente da sociedade. Por intermédio de sua Comissão de Direitos Humanos, prestará apoio jurídico às famílias dos jovens assassinados.
Rio de Janeiro, 14 de agosto de 2019.
Esperamos que a população não seja exposta a riscos desnecessários, não seja vitimada nos confrontos. E que eventuais criminosos sejam presos e julgados, conforme estabelece a lei.
A OAB/RJ estuda medidas contra esse estado de coisas, mantendo-se firme na defesa intransigente da sociedade. Por intermédio de sua Comissão de Direitos Humanos, prestará apoio jurídico às famílias dos jovens assassinados.
Rio de Janeiro, 14 de agosto de 2019.
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