Publicado 16/08/2019 19:46 | Atualizado 16/08/2019 19:49
Rio - Políticos de oposição do governo Witzel e lideranças comunitárias do Rio participaram de um tuitaço na noite desta sexta-feira. O assunto 'A culpa é do Witzel' é o segundo mais comentado no país na rede social. O movimento é em resposta à última declaração do governador sobre as mortes de cinco jovens sem envolvimento com crime baleados nos últimos dias.
No lançamento do programa Nova Iguaçu Presente, Witzel disse que "Esses cadáveres desses jovens estão no colo de vocês (defensores de Direitos Humanos), que não deixam que as polícias façam o trabalho que tem que ser feito", disparou.
A deputada estadual Mônica Francisco (Psol) respondeu à declaração: "Não dá pra ficar alimentando toda uma cultura de violência, de morte, de sangue, e depois querer simplesmente jogar a culpa para as outras pessoas! Se tem atitudes fascistas, se defende medidas fascistas, então se assuma como o fascista que é!", escreveu.
A defensora dos Direitos Humanos e moradora da Maré Kananda Ferreira disse que é 'fácil' culpabilizar a quem defende a dignidade, o respeito à vida e acesso aos Direitos Humanos nas favelas. Mas, que é difícil promover políticas públicas inclusivas que valorizem os moradores de favelas:
O ativista do Complexo do Alemão Raull Santiago disse que o governador nunca esteve no meio de um tiroteio na favela e agora culpabiliza ativistas das favelas pelas mortes. "Nunca esteve no meio de um tiroteio. Nunca teve um fuzil apontado pra cara. Nunca teve o filho agachado na escola pq esta dando tiro na porta. Nunca pensou que ia morrer por morar onde mora. E ainda vem dizer que a culpa é da favela? #ACulpaEDoWitzel", escreveu.
O Estado do Rio teve pelo menos seis jovens mortos em favelas ou entorno desde a última sexta-feira. Eles foram vítimas de disparos, a maioria durante ações policiais. Segundo parentes, nenhuma das vítimas tinha envolvimento com o crime.
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