Publicado 07/09/2019 21:10
Rio - A Bienal do Livro vai recorrer da decisão do presidente do Tribunal de Justiça do Rio no Supremo Tribunal Federal (STF). Neste sábado, uma nova decisão, assinada neste sábado pelo desembargador Cláudio de Mello Tavares, autorizou a Prefeitura do Rio recolher obras com temática LGBT da Bienal, que não estejam com embalagem lacrada e com advertência para o conteúdo.
Em nota, a Bienal disse que vai recorrer ao STF para "garantir o pleno funcionamento do evento e o direito dos expositores de comercializar obras literárias sobre as mais diversas temáticas – como prevê a legislação brasileira".
A decisão suspende a liminar obtida pela organização da Bienal 2019, nesta sexta-feira, que impedia as autoridades de buscar e apreender obras em função de seu conteúdo.
A Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS), órgão da prefeitura, emitiu nota afirmando que uma visita do coordenador Nélio Georgini, que estaria prevista para este domingo, foi vetada pela organização do evento.
A direção da Bienal do Livro, no entanto, disse não ter recebido nenhum pedido para visita da comitiva da CEDS. "O festival está de portas abertas para as autoridades", disse a organização do evento, em nota.
Na quinta-feira, o prefeito Marcelo Crivella determinou que a história em quadrinho "Vingadores - A Cruzada Das Crianças" fosse recolhida da Bienal, por mostrar duas pessoas do mesmo sexo se beijando.
O livro é a 66ª edição da coleção Graphic Novels Marvel e foi lançada em 2016. Algumas páginas do HQ, mostram dois personagens gays em momentos de carinho; em uma delas, eles estão se beijando. A edição mostra heróis do universo Marvel mais jovens.
Após as críticas do prefeito, as vendas do quadrinho dispararam e seus exemplares se esgotaram em menos de 40 minutos.
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