Witzel e a esposa, HelenaReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Por Thuany Dossares
Publicado 30/10/2019 11:07 | Atualizado 30/10/2019 15:15
Rio - O governador Wilson Witzel (PSC) disse que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) deve desculpas à população fluminense após tê-lo acusado de vazar informações sobre o caso Marielle Franco envolvendo seu nome. A afirmação foi feita, na manhã desta quarta-feira, após Bolsonaro afirmar que Witzel conduz a investigação do duplo homicídio com a Polícia Civil para prejudicá-lo e manchar a sua imagem.
"Espero que o presidente reflita, espero que ele, assim como recentemente divulgou um vídeo na Internet em que ofendeu a nossa Suprema Corte pedindo desculpas... ele deve desculpas ao povo do Estado do Rio de Janeiro", o governador alegou, após evento do projeto Segurança Presente, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
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'DESCONTROLE MOCIONAL'
As acusações de Bolsonaro contra Witzel aconteceu em Riad, na Arábia Saudita, onde o presidente está em viagem oficial, por causa de uma matéria do Jornal Nacional dizer que um dos suspeitos do caso entrou em seu condomínio, na Barra da Tijuca, alegando que iria para sua casa. Em uma transmissão ao vivo na Internet, o presidente acusou o governador de ter passado as informações para a TV Globo, com o intuito de querer "destruir" a sua família para "chegar à Presidência da República". Já em entrevista nesta manhã, Bolsonaro voltou a atacar o governador.
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"Lamento que um presidente tenha em um momento, talvez, de descontrole emocional, em um momento em que ele está em uma viagem, não estar talvez em seu estado normal, tenha feito acusações da minha atividade como governador", Witzel criticou.
O governador voltou a defender a independência de instituições do estado, afirmando que recebeu com "muitas tristezas essas levianas acusações".
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"Gostaria de ter todo poder que alguns pensam que tenho. Jamais manipulei qualquer delegado da Polícia Civil, a instituição é independente. Jamais manipulei o Ministério Público. Não troquei mensagens com promotores e procuradores. Tenho compromisso de governar respeitando as instituições", avisou. "O Rio precisa de gente que não faz da política meio da sua própria defesa. A política já está cansada de falácias. Jamais na minha vida profissional, quando magistrado, violei os princípios da magistratura, jamais violei segredos de justiça, por isso ando com a cabeça e erguida".
Procurada pelo DIA, a assessoria da Presidência da República disse que o Palácio do Planalto não irá se manifestar sobre as declarações do governador.
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Polícia Civil do Rio diz que Witzel não interfere na apuração do caso Marielle
A Polícia Civil informou que o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), "não interfere na apuração dos homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes, nem teve acesso aos documentos do procedimento investigativo, assim como em qualquer outra investigação".
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"A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro é uma instituição de estado, não de governo, com 211 anos de serviços prestados à sociedade fluminense. Todas as investigações são conduzidas com absoluta imparcialidade, técnica e observância à legislação em vigor", informou a nota da polícia.
"A Polícia Civil reafirma que a investigação desse caso é conduzida com sigilo, isenção e rigor técnico pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), sempre em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro."