Presidente da República, Jair Bolsonaro - Valdenio Vieira / Presidência da República
Presidente da República, Jair BolsonaroValdenio Vieira / Presidência da República
Por O Dia
Arábia Saudita - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) acusou, na manhã desta quarta-feira, o governador Wilson Witzel (PSC) de conduzir o caso Marielle Franco (Psol) com a Polícia Civil do Rio para tentar incriminá-lo ou manchar seu nome. A declaração foi dada após o presidente ter dito, em uma transmissão ao vivo horas antes, que o governador "vazou" a informação de que seu nome foi citado por um porteiro do condomínio onde mora, na Barra da Tijuca, sobre uma visita de um dos suspeitos pela morte da vereadora no dia do crime. Ele falou que pedirá ao ministro da Justiça, Sergio Moro, para a Polícia Federal (PF) ouvir o porteiro.
"No meu entendimento, o senhor Witzel estava conduzindo o processo com o delegado da Polícia Civil pra tentar me incriminar ou pelo menos manchar o meu nome com essa falsa acusação, que eu poderia estar envolvido na morte da senhora Marielle", o presidente afirmou.
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Na declaração a jornalistas, Bolsonaro disse também que Witzel avisou a ele, em um evento no Clube Naval, no Centro, no dia 9 de outubro, sobre a menção de seu nome no inquérito que investiga o duplo homicídio.
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"Deixar bem claro também: dia 9 de outubro, às 21h, eu estava no Clube Naval no Rio de Janeiro. Chegou o governador Witzel e chegou perto de mim e falou o seguinte: 'o processo está no Supremo'. Eu falei: 'que processo?' 'O processo da Marielle.' 'Que que eu tenho a ver com a Marielle?' 'O porteiro citou teu nome.' Quer dizer: Witzel sabia do processo que estava em segredo de Justiça. Comentou comigo", criticou o presidente.
A informação sobre Bolsonaro ter sido citado no caso Marielle foi revelada pelo Jornal Nacional na noite desta terça. O telejornal disse que teve acesso ao caderno de visitas do condomínio Vivendas da Barra, onde moram o presidente e o principal suspeito dos assassinatos, Ronnie Lessa.
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De acordo com a reportagem, o porteiro contou que, horas antes do crime, no dia 14 de março de 2018, Élcio Queiroz, outro suspeito do caso, entrou no condomínio dizendo que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro. Disse também que ligou para a casa 58, que pertence ao presidente, e que "seu Jair" liberou a entrada de Queiroz.
No fim da manhã, durante um evento do projeto Segurança Presente, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, Witzel disse que Bolsonaro deve desculpas ao povo fluminense sobre as declarações dadas recentemente.
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Já a Polícia Civil divulgou nota, afirmando que "é uma instituição de estado, não de governo, com 211 anos de serviços prestados à sociedade fluminense"; veja na íntegra!
"A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro é uma instituição de estado, não de governo, com 211 anos de serviços prestados à sociedade fluminense. Todas as investigações são conduzidas com absoluta imparcialidade, técnica e observância à legislação em vigor.

O governador Wilson Witzel não interfere na apuração dos homicídios de Marielle e Anderson nem teve acesso aos documentos do procedimento investigativo, assim como em quaisquer outras investigações.

A Polícia Civil reafirma que a investigação desse caso é conduzida com sigilo, isenção e rigor técnico pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), sempre em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro".