Witzel afirma que Bolsonaro deve 'desculpas ao povo do Estado do Rio'
Governador disse que acusações do presidente de que ele teria vazado informações do caso Marielle Franco possa ter acontecido em um momento de 'descontrole emocional'
Witzel e a esposa, HelenaReginaldo Pimenta / Agência O Dia
"Espero que o presidente reflita, espero que ele, assim como recentemente divulgou um vídeo na Internet em que ofendeu a nossa Suprema Corte pedindo desculpas... ele deve desculpas ao povo do Estado do Rio de Janeiro", o governador alegou, após evento do projeto Segurança Presente, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
"Lamento que um presidente tenha em um momento, talvez, de descontrole emocional, em um momento em que ele está em uma viagem, não estar talvez em seu estado normal, tenha feito acusações da minha atividade como governador", Witzel criticou.
O governador voltou a defender a independência de instituições do estado, afirmando que recebeu com "muitas tristezas essas levianas acusações".
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"Gostaria de ter todo poder que alguns pensam que tenho. Jamais manipulei qualquer delegado da Polícia Civil, a instituição é independente. Jamais manipulei o Ministério Público. Não troquei mensagens com promotores e procuradores. Tenho compromisso de governar respeitando as instituições", avisou. "O Rio precisa de gente que não faz da política meio da sua própria defesa. A política já está cansada de falácias. Jamais na minha vida profissional, quando magistrado, violei os princípios da magistratura, jamais violei segredos de justiça, por isso ando com a cabeça e erguida".
Procurada pelo DIA, a assessoria da Presidência da República disse que o Palácio do Planalto não irá se manifestar sobre as declarações do governador.
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Polícia Civil do Rio diz que Witzel não interfere na apuração do caso Marielle
A Polícia Civil informou que o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), "não interfere na apuração dos homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes, nem teve acesso aos documentos do procedimento investigativo, assim como em qualquer outra investigação".
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"A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro é uma instituição de estado, não de governo, com 211 anos de serviços prestados à sociedade fluminense. Todas as investigações são conduzidas com absoluta imparcialidade, técnica e observância à legislação em vigor", informou a nota da polícia.
"A Polícia Civil reafirma que a investigação desse caso é conduzida com sigilo, isenção e rigor técnico pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), sempre em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro."