Publicado 16/01/2020 11:18
Rio - Agentes da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), da Polícia Civil, realizam nesta quinta-feira uma ação na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu. O objetivo é encontrar irregularidades e responsáveis pelos problemas na água fornecida pela Cedae.
A investigação apura eventual responsabilidade penal de funcionários da companhia ou de terceiros que possam ter contribuído, por ação ou omissão, nas alterações das condições de consumo da água verificada nos últimos dias na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.
Técnicos sugeriram manobra que combateu geosmina em 2001; direção não aceitou
Não é a primeira vez que a água produzida pela Cedae é contaminada pela geosmina (substância produzida por uma alga). Segundo técnicos da empresa, o mesmo problema ocorreu em 2001, mas não chegou a virar uma crise. Isso porque a empresa, na ocasião, autorizou um procedimento considerado básico entre especialistas: a abertura de comportas para arrastar a água poluída.
Técnicos da empresa contam ainda que, em 2001, a Represa do Funil, em Resende, passou por problema parecido. Foi quando tomou-se a decisão de apelar para o procedimento conhecido como descarga. Desta vez, no entanto, o corpo técnico não foi atendido pela direção.
"Abrir as comportas do Rio Guandu para arrastar a água da Lagoa resolveria o problema. É o que chamamos de descarga. A lagoa (de confluência dos rios Poços Queimados e Ipiranga) está verde de tantas algas. Mas a direção da empresa não concordou com isso. O procedimento causaria falta d'água durante um dia, mas depois tudo seria normalizado", explicou um funcionário, que pediu para não ser identificado.
Cedae reafirma qualidade, mas não dá prazo para normalização nas casas
Em entrevista coletiva na sede da Cedae, nesta quarta-feira, a direção da companhia não deu previsões sobre quando a água chegará sem problemas na casa dos moradores. O diretor-presidente da Cedae, Hélio Cabral informou que os equipamentos para aplicação de filtros de carvão ativado foram comprados na última sexta, ao custo de cerca de R$ 1 milhão, e serão instalados na ETA Guandu na próxima semana para conter a ocorrência de geosmina, substância que, segundo a Cedae, está provocando cheiro e gosto alterado na água que chega aos moradores.
"Não podemos precisar o dia da instalação, mas o fabricante me informou que, na próxima semana, os equipamentos estarão instalados. Após a instalação, há um prazo de 24 horas para que a água saia de Guandu sem a geosmina. Já na casa dos moradores, não podemos precisar, pois é necessário um prazo maior para a renovação da água", disse Hélio Cabral, que pediu desculpas à população pelos transtornos causados no sistema de abastecimento.
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