A edição de ontem de O DIA mostrou a realidade vivida por usuários do BRT Transoeste, principal ramal que liga bairros da Zona Oeste da capital. Hoje, vamos falar da Linha Transcarioca. E engana-se quem pensa que os problemas não são parecidos.
A Transcarioca é responsável por transportar cerca de 160 mil passageiros por dia. Inaugurada em 2014, o corredor exclusivo de 39 quilômetros e 47 estações veio com a promessa de transportar em conforto e segurança as pessoas que iam da Barra da Tijuca para o Galeão, passando por bairros do subúrbio, como Vila Valqueire, Madureira, Vicente de Carvalho (onde faz integração com o metrô) e Penha. Atualmente, segundo os próprios usuários, a realidade do serviço oferecido está muito longe do que foi anunciado na época em que era novidade.
Durante o trecho percorrido pela reportagem, as cenas mais comuns eram de oportunistas que aproveitavam a falta das portas de vidro para entrar no sistema sem pagar a passagem. Estações como Mercadão, Campinho e Praça Seca sofrem com a invasão de vendedores ambulantes. Com medo de represália, usuários do transporte evitam o conflito.
"Eles comandam tudo por aqui, parece que são donos. Algumas barracas atrapalham a circulação dentro das estações. Isso é um absurdo", desabafa João Pedro Lima, auxiliar administrativo que trabalha na Barra da Tijuca e mora na Taquara.
Um funcionário disse que por diversas vezes foi vítima de assédio moral ao tentar reprimir os calotes e comércio ilegal dentro das estações. "Nós nos sentimos limitados. Não podemos fazer o papel de segurança. Atuamos apenas como controladores de acesso nas catracas, nada além disso. Quando tentamos conversar com essas pessoas, sofremos ameaças. E existem os que vão armados para as estações", revela o funcionário.
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