Publicado 28/02/2020 16:10 | Atualizado 29/02/2020 09:33
Rio - Passageiros que precisaram utilizar os trens do ramal Santa Cruz nesta quinta e sexta-feira enfrentaram atrasos e vagões superlotados na ida e na volta do trabalho. O motivo foi a realização de um ajuste operacional na linha férrea da Supervia, que alterou a grade de horários dos ramais Deodoro, Santa Cruz e Japeri. Essa manutenção será encerrada apenas no domingo.
Na manhã de hoje, diversos usuários foram às redes sociais para relatarem os problemas enfrentados. Uma das passageiras, a jornalista Dilceia Norberto, de 45 anos, trabalha no Jardim Botânico, na Zona Sul e pega o trem de 6h40, na estação de Inhoaíba, na Zona Oeste.
"O trem era aquele velho, conhecido como lata velha, que já chegou muito lotado e com atraso. Além disso, eles tiraram o trem parador de Campo Grande e colocaram para sair de Bangu. As pessoas que pegavam esse parador ficaram sem opção e precisaram embarcar no expresso, o que fez com que ele ficasse ainda mais cheio", conta.
Passageiros filmaram a situação na estação de Senador Camará, onde é possível ver um trem superlotado e pessoas que empurram outras que já estão dentro do vagão para entrarem na composição.
Questionada sobre o motivo da manutenção não ser realizada nos fins de semana e sim nos dias úteis, a Supervia alegou que algumas "Manutenções que podem entrar num cronograma para serem realizadas, por exemplo, no fim de semana, mas podem surgir outras que precisam ser realizadas durante a semana, geralmente em horário de menor movimento", explicou.
A empresa disse que de Santa Cruz a Senador Camará, o intervalo médio é de 20 minutos e de Bangu à Central do Brasil, intervalo médio é de 10 minutos.
Já sobre a superlotação dos trens, a Supervia disse que é um caso atípico e que "se o passageiro não conseguir embarcar no trem, a orientação é que aguarde o próximo".
Sobre a resposta da Supervia, Dilceia discorda sobre a manutenção estar sendo feita em um horário de menor circulação devido à superlotação dos trens. Além disso, ela também fala sobre a lentidão das composições.
"Os trens estão circulando com a velocidade impressionantemente baixa, eu não sei qual o argumento, mas é muito devagar. Além disso, tem um problema que eles não dão jeito nunca que é a sinalização. Os trens param muitas vezes, em várias estações, esperando ordem de prosseguir viagem", disse.
Procurada sobre possíveis penalizações à Supervia, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transporte Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro) Agetransp informou que os atrasos se referem a um serviço de manutenção na via permanente no ramal de Santa Cruz, trecho entre Bangu e Santíssimo.
Os fiscais da Agetransp estão acompanhando desde esta quinta-feira possíveis impactos e atrasos, podendo abrir uma ocorrência. A previsão é que a operação sera normalizada no dia 2 de março.
*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes
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