A costureira Márcia, moradora da Freguesia, começou fazendo o acessório para familiaresDivulgação
Por Danillo Pedrosa
Publicado 30/04/2020 00:00

A venda de máscaras de tecido virou a principal fonte de renda para centenas de costureiras Brasil afora. Pessoas como a Márcia Bonfim, da Freguesia, deixaram as outras produções de lado para focar no equipamento de proteção, principalmente depois que passou a ser item obrigatório para quem estiver nas ruas da cidade do Rio de Janeiro.

De acordo com recomendação do Ministério da Saúde, as máscaras de tecidos podem ser muito eficazes para evitar a propagação do novo coronavírus, o que fez a procura disparar nas últimas semanas. Foi por isso que Márcia passou a se dedicar a essa atividade.

"Fiz primeiro as máscaras para o meu marido, quando ainda estava trabalhando na rua, para as minhas filhas e para mim; depois, para os amigos. Aí, com o aumento da crise e quando o uso passou a ser obrigatório, um começou a falar para o outro e as encomendas aumentaram", conta a costureira de 62 anos, que produz as máscaras de acordo com a demanda e usa o perfil @carretilha_magica, no Instagram, para divulgar o trabalho.

As vendas costumam ser concretizadas rapidamente, e o processo é simples: o interessado faz contato pela Internet, Márcia mostra os tecidos e modelos disponíveis e marca a data de entrega. O preço é bem em conta, apenas R$ 5.

"Mostro os tecidos que tenho e as pessoas escolhem. Vai de acordo com o gosto. Tem dois modelos: o retangular - com preguinhas - e o bico de pato", explica.

Apesar de ter experiência em costura desde os 13 anos, por influência da mãe, a atividade virou a sua fonte de renda há pouco tempo. Funcionária pública aposentada, ela resolveu fazer o curso de Costureiro do Senac após o falecimento da mãe, em 2018. Depois, ainda concluiu os cursos de Modelagem Infantil, Bolsas e Oficina de Reparos. Atualmente, faz o de Modelista. Desde então, o foco do seu trabalho é a confecção de bonecas e bolsas de pano, também anunciadas no Instagram.

"Trabalhei como funcionária pública. Me aposentei para cuidar da minha mãe. Quando ela faleceu, em 2018, procurei o Senac, aí fui fazer o curso. Aprendi a fazer moldes, principalmente, algo que eu realmente queria", disse Márcia.

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Artefato indispensável
As máscaras de tecidos caíram no gosto dos cariocas durante a pandemia, principalmente após o decreto que tornou seu uso obrigatório na capital. O motivo disso é a escassez de máscaras profissionais, que são destinadas prioritariamente para os profissionais de saúde. Ainda assim, o artefato continua sendo indispensável para evitar a propagação do vírus.
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De acordo com especialistas, o vírus é transmitido por gotículas respiratórias eliminadas através da tosse, espirro ou fala, pode permanecer em partículas em suspensão e contaminar as superfícies. As máscaras funcionam como uma barreira para conter essas gotículas, reduzindo as chances de transmissão do vírus de uma pessoa para outra. As de pano são recomendadas pelo Ministério da Saúde, inclusive, desde que sejam utilizadas duas camadas de tecido.
A eficácia porém, não é a mesma da máscara cirúrgica. Como o novo coronavírus é um micro-organismo extremamente pequeno, pode atravessar os poros do tecido. Já nos equipamentos de proteção profissionais, isso não acontece.

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