Governador enfrenta processo de impeachment na AlerjPaulo Vitor / Governo do estado
Por O Dia
Publicado 16/07/2020 08:48 | Atualizado 16/07/2020 10:07
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) negou, nesta quarta-feira, o pedido feito pelo governador Wilson Witzel (PSC) para suspender o processo de impeachment contra ele na Assembleia Legislativa (Alerj). A defesa do governador havia solicitado, no início da semana, um mandado de segurança contra o rito que acontece no Parlamento fluminense.
Ao fazer o pedido, os advogados elencaram uma série de decisões do processo de afastamento do governador que, segundo eles, ferem a lei. Após ouvir a Alerj, o desembargador Elton Carvalho Leme rejeitou todas elas.
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O pedido de impeachment contra Witzel foi aberto na Assembleia Legislativa no dia 10 de junho a partir de denúncia apresentada pelo deputados Luiz PauloLucinha, ambos do PSDB. Eles defendem que o governador cometeu crimes de responsabilidade. Atualmente, processo está na fase de defesa de Witzel.
Dentre as supostas irregularidades apresentadas pelo advogado do governador ao pedir o mandado de segurança, estão:
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. Competência exclusiva da União para legislar sobre crime de responsabilidade
. Falta de eleição direta para a formação da comissão especial
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. Presença de 18 deputados (1/4 dos deputados) na comissão e não os 25 atuais
. Não garantia do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal
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. Denúncia feita sem prova
. Falta de parecer inicial para apresentar as denúncias e intimar Witzel
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Após consultar a Alerj, o desembargador negou as afirmações da defesa. Dentre as alegações do magistrado estão:
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. O regimento da Alerj diz que "o processo nos crimes de responsabilidade do governador e do vice-governador do estado obedecerá às disposições da lei federal em vigor”
. Não procede a informação de ausência de provas para apresentação da denúncia
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. Os advogados tiveram acesso total à documentação da abertura do processo, "o que, a princípio, afasta qualquer prejuízo potencial à defesa"
. Não houve falta de garantias do processo legal, ampla defesa e do contraditório
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.  A formação da comissão especial pode ocorrer através da indicação de membros pelos líderes dos partidos políticos, sem a necessidade de eleição
. Como há 25 partidos com representantes na Alerj, a comissão deverá ter no mínimo 25 membros
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. Não procede a afirmação de que deveria haver parecer prévio da comissão para a defesa
"Assim sendo, em sede de mero juízo de cognição sumária, por não vislumbrar no trâmite do procedimento deflagrado pela parte impetrada afronta à Constituição, à lei de regência e à inteligência dos precedentes do Supremo Tribunal Federal, não vislumbro, neste primeiro momento, os requisitos ensejadores do provimento liminar, nos termos do art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2009, razão pela qual indefiro a liminar postulada", o desembargador decidiu.
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DEFESA
Procurado pelo DIA, o advogado de Witzel, Manoel Peixinho, disse que o governador "recebeu com serenidade a decisão preliminar do TJRJ" e que irá avaliar novas medidas que possam ser adotadas sobre o processo.
"Sem prejuízo dos recursos ainda cabíveis, estamos preparando a defesa de mérito da acusação com absoluta confiança que a Alerj saberá jugar com imparcialidade a infundada acusação e sempre com confiança na Justiça. Certamente provar-se-á a inocência do governador", disse.