“Nós questionamos o processo, que na nossa visão, é absolutamente irregular. Eu entendo que a Alerj não está se cercando dos cuidados processuais necessários. Não judicializamos a matéria para procrastinar, adiar ou retardar, nós estamos apontando quando e onde a lei foi violada, nós entendemos que a Lei de Impeachment, a Constituição e a jurisprudência do Supremo estão sendo atropeladas”, relatou o advogado Manoel Peixinho, que descartou a questão política da defesa, mas indagou a rapidez do processo.
“Nós nos afastamos dessa questão política, a nossa defesa é técnica, jurídica. O que percebemos é uma celeridade no processo. Ingressamos com um mandado de segurança e a Alerj teria dez dias para apresentar as informações, mas apresentou no mesmo dia. Este processo rápido tem como consequência o atropelo das garantias fundamentais do acusado. Nós reconhecemos a autoridade e a legitimidade da Alerj, respeitamos a Alerj, mas temos que lutar pelas garantias fundamentais do acusado, que nesse caso, é algo sensível, é um governador de estado, eleito democraticamente pelo voto popular”, continua Peixinho.
A expectativa é que desembargador Cláudio de Mello Tavares decida sobre o pedido até amanhã. Caso não seja aceito, os advogados de Witzel irão recorrer ao próprio Tribunal, e em seguida ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), até o Supremo Tribunal Federal. “Não estamos questionando o mérito do Impeachment, mas o rito, o processo. O direito de defesa tem que ser detido de forma plena”, concluiu o advogado.
Em nota, a Assembleia Legislativa do Rio informou que apresentou hoje, ofício à Justiça, esclarecendo questionamentos da defesa de Witzel no pedido pela suspensão do processo de Impeachment e pediu que o Tribunal não concedesse a liminar.
“A Casa argumenta ainda que a denúncia inicial apontou onde as provas poderiam ser obtidas, como determina a legislação, e que o início do processo e a formação da comissão seguiram os trâmites legais, sem qualquer vício que justifique a paralisação do processo”, diz a nota.
Ainda segundo a Casa, “não houve qualquer pré-julgamento e mesmo o futuro parecer da comissão especial terá caráter opinativo, cabendo ao conjunto dos deputados em plenário a decisão sobre afastamento ou não do governador.”
O pedido que pode afastar o governador foi feito pelos deputados Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB, que acusam Witzel de crime de responsabilidade. O tucano fundamentou o pedido. "Primeiro a relação do governador com o senhor Mário Peixoto, lembrando que a primeira operação deflagrada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal chamou-se Operação Favorita porque o Mário Peixoto era o favorito do rei. O segundo aspecto diz respeito a Organização Social Unir que foi requalificada pelo governador e nas gravações há indícios que tinham interesses pecuniários envolvidos.