A pandemia da covid-19, para a nossa sorte, é passageira. Mas alguns hábitos e costumes adquiridos durante o período de isolamento certamente farão parte da rotina dos brasileiros daqui para frente, e não apenas aqueles relativos a cuidados com a saúde. Uma pesquisa do Laboratório de Estudos Integrados em Criatividade e Economia Criativa (CRIA) da Universidade Veiga de Almeida (UVA), no campus Barra da Tijuca, destacou o esperado aumento do consumo de streaming, lives e compras online nos últimos meses em todas as idades e constatou que essas tendências devem ser mantida mesmo após os dias de quarentena.
O resultado da pesquisa revelou que o uso de serviços de streaming, como Netflix, teve aumento de 66% entre março e junho deste ano. Nesse caso, o passatempo preferido dos internautas tem sido assistir filmes e séries durante a pandemia. Alexandre Martins, morador de Campo Grande, é um deles.
"Sempre gostei, mas nunca vi tantos filmes e séries como nesses últimos meses. Já assisti umas cinco séries inteiras no tempo livre que tenho em casa", afirma o universitário de 19 anos, que ainda assiste aulas da faculdade e dá aulas online em um pré-vestibular social.
Já o fenômeno das transmissão ao vivo, uma tendência da quarentena, teve adesão de 88,5% dos entrevistados. Shows, entrevistas e aulas foram os mais citados pelos participantes da pesquisa. O levantamento ainda indica que as lives devem continuar fazendo sucesso mesmo depois do período de isolamento social. Já sobre a música digital, 75,9% das pessoas afirmam ter consumido.
Maria José, moradora de Santíssimo, dificilmente perde uma live que goste durante a pandemia. Com a ajuda da filha, a aposentada de 67 anos já adquiriu o hábito de assistir aos shows quase todos os dias.
"Não sou muito de mexer nessas coisas (aparelhos tecnológicos), mas vejo o que vai ter no dia e peço para a Gabriela (filha) colocar na televisão", explica Maria, que torce para as transmissões ao vivo se tornarem comuns mesmo depois da quarentena. "Eu gosto muito. Tomara que continue".
O estudo da UVA ainda aponta que o aparelho mais usado para se conectar à internet tem sido o celular, cada vez mais parte da rotina da maioria dos brasileiros. Entre os entrevistados, apenas 1,75% disseram não acessar as redes sociais por um telefone móvel.
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