Elias Pereira da Silva, conhecido como Elias Maluco, foi encontrado morto em sua cela na Penitenciária Federal de Catanduvas, no ParanáReprodução/ TV Globo
Por O Dia
Publicado 25/09/2020 14:27 | Atualizado 25/09/2020 16:18
Rio - Traficantes de diversas comunidades do Rio ligadas ao Comando Vermelho (CV), fizeram, nesta sexta-feira, uma homenagem a Elias Maluco, encontrado morto com um lençol enrolado no pescoço na última terça-feira (22), na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Conforme apurou o DIA, houve foguetório na Penha; nas favelas do Lixão e Mangueirinha, em Caxias; Ilha do Governador; Pendotiba entre outras. Ao todo, a queima de fogos aconteceu em 40 comunidades.
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Elias Maluco, de 54 anos, foi enterrado na tarde desta sexta-feira no Cemitério Memorial do Rio, em Cordovil, na Zona Norte do Rio, mesmo local em que foi enterrado o miliciano Adriano de Nóbrega, que morreu no dia 9 de fevereiro deste ano, após troca de tiros com a PM da Bahia.
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A defesa de Elias admitiu que ele tenha cometido suicídio. Até o resultado do atestado de óbito, os familiares estavam com resistência à possibilidade, já que, segundo eles, Elias não apresentava sinais de depressão.
A advogada Lucéia Macedo disse que o atestado de asfixia mecânica no atestado de óbito, além das marcas e do lençol encontrados em seu pescoço fizeram a família acreditar nesta hipótese. A defesa ainda não teve acesso às cartas recolhidas pela Polícia Federal na cela, na qual Elias pedia perdão à família e demonstrava falta de vontade de viver.
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A filha de Elias Maluco, Julia Fernandes, havia divulgado, na terça-feira, cartas enviadas pelo pai e disse que não acreditava que seu pai havia cometido suicídio. "Mataram meu pai. Ele não se suicidou. Tenho certeza", chegou a escrever.
Integrante da facção criminosa Comando Vermelho e considerado líder do tráfico de drogas no Complexo de favelas do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, Elias estava preso desde setembro de 2002. Em 2005, ele foi condenado a 28 anos e seis meses de prisão pela morte do jornalista Tim Lopes.
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Além de ser acusado pela morte de dezenas de pessoas, o traficante também tinha uma condenação, em 2013, de 10 anos, sete meses e 15 dias de reclusão por lavagem de dinheiro, segundo o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).
Assassinato de Tim Lopes
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Em junho de 2002, a quadrilha liderada por Elias Maluco rendeu e matou Tim Lopes, que fazia uma reportagem sobre abuso de menores em um baile funk na Vila Cruzeiro, favela da zona norte do Rio. O corpo do jornalista foi queimado numa fogueira de pneus. Além de Elias, outras seis pessoas foram condenadas pelo crime.
De setembro de 2002 a janeiro de 2007, Elias Maluco ficou preso no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu (zona oeste do Rio). Em 4 de janeiro, ele foi transferido para o presídio federal de Catanduvas, junto com 11 outros chefes das facções criminosas Comando Vermelho e Terceiro Comando.
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O grupo foi acusado de planejar a queima de ônibus e atentados contra delegacias e postos da Polícia Militar realizados no Rio de Janeiro em 28 de dezembro de 2006, quando 19 pessoas morreram.
Em 25 de novembro de 2010, após outra onda de violência no Rio de Janeiro, Elias Maluco e o também traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, acusados de liderar os ataques, foram transferidos para a Penitenciária Federal de Porto Velho. Em 18 de agosto de 2011, Elias Maluco foi novamente transferido, desta vez para o presídio federal de Campo Grande.