Candidata à Prefeitura do Rio, Benedita da Silva e sua vice, Enfermeira Rejane, erguendo o punho direito contra o racismoReprodução
Por O Dia
Publicado 08/10/2020 20:14 | Atualizado 08/10/2020 20:16
A candidata da coligação "É a vez do povo" à Prefeitura do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, e sua vice, Enfermeira Rejane, ambas negras, dedicaram o dia de campanha ao resgate da história da escravidão. Com elas, esteve a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

As três deputadas visitaram o Cais do Valongo, por onde passou grande parte dos africanos enviados ao Brasil como escravos, e a primeira favela do país, o Morro da Providência, na Região Portuária. “Tenho compromisso direto com a transversalidade das políticas públicas de combate ao racismo. Não estou falando de uma minoria e nem se trata apenas de questão identitária. Estou falando da maioria da população", disse Benedita.

No Cais do Valongo, Benedita conversou com o pastor Cosme, da Providência, que contou histórias da "Pequena África", como são conhecidos os sítios da Gamboa, do Santo Cristo e da Saúde relacionados à imigração africana. Benedita se emocionou com a memória de um valão, hoje chamado de Cemitério dos Pretos Novos, onde eram jogados os corpos dos que não resistiam à viagem do navio desde a África. "Eles jogavam tudo lá junto com os corpos dos negros, restos de cerâmica, todo tipo de objeto, como se fosse uma grande lixeira", disse a candidata. Benedita garantiu que vai investir na valorização do turismo na região para gerar empregos e, ao mesmo tempo, manter viva a história da tragédia da escravidão.

Na Providência, Benedita visitou a Casa Amarela, escola de artes nascida da parceria entre o fotógrafo francês JR e Márcio Hora, famoso artista do morro. A candidata falou sobre a cultura como ferramenta de inserção social e profissional para os jovens de comunidades carentes do Rio de Janeiro. “Vamos envolver a nossa juventude em varias ações da arte, da cultura, da dança, da pintura, do canto. Vamos olhar para dentro de cada um daqui dessa comunidade que só quer é ser feliz e poder andar tranquilamente na favela onde nasceu”, disse a candidata numa referência à letra do clássico “Rap da Felicidade”, da dupla Cidinho e Doca.

Por fim, a candidata prometeu que, se eleita, fará um governo participativo, ouvindo a sociedade sobre ações para reduzir a desigualdade. Afirmou que todos os planos de seu governo terão um olhar especial para o combate ao racismo. "Se uma política habitacional não conseguir atender essa população, não vai adiantar. Se essa orientação não conduzir o saneamento, a geração de empregos, a educação e a saúde, nada vai adiantar, pois estamos falando da maioria da população", disse Benedita.