Fernando Ignacio foi morto dentro da Heli-Rio no RecreioLuciano Belford
Por Bernardo Costa
Publicado 10/11/2020 19:15 | Atualizado 10/11/2020 20:10
Rio - O contraventor Fernando Iggnácio, morto na tarde desta terça-feira no Heli-Rio Táxi Aéreo, no Recreio dos Bandeirantes, foi atingido por tiros de fuzil 5.56, efetuados a, no máximo, cinco metros de distância. A informação foi confirmada por policiais da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que atestaram ainda o recolhimento de imagens de câmeras de segurança nos fundos do terreno baldio ao lado do heliponto, como o DIA antecipou. A arma, fabricada pelo Exército Brasileiro, tem a capacidade de fazer de 650 a 750 disparos por minuto. Agora, os policiais aguardam pelos depoimentos de três testemunhas do crime na DH — dois funcionários do Heli-Rio e o piloto do helicóptero que transportou Iggnácio e a esposa ao Rio.
Ainda conforme os agentes, o bicheiro havia chegado ao local de helicóptero pouco antes das 13h no local e estava prestes a entrar em seu carro, um Range Rover preto blindado, quando foi atingido. A esposa do contraventor percebeu a ação e voltou para a aeronave, que decolou em seguida. Ela e o piloto não ficaram feridos. Pelo menos 10 tiros de fuzil foram disparados e cinco deles acertaram o carro da vítima, na lateral esquerda, próxima ao assento do motorista. 
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Um dos delegados que esteve na cena do crime, comentou o caso. "Um dos tiros atingiu a vidraça da parte administrativa da empresa, que fica dentro do estacionamento. Por sorte, não pegou em mais ninguém", afirmou. Os policiais apreenderam ainda uma escada que teria sido usada pelos bandidos para pular o muro dos fundos do terreno baldio ao lado da empresa, em direção à Rua 15 de Novembro ou Rua Professora Luiza Nogueira Gonçalves, que é pouco movimentada.
TIROS À CURTA DISTÂNCIA
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Conforme a DH, O atirador acessou o terreno, que fica ao lado do estacionamento da empresa, e efetuou os disparos à curta distância por cima de um muro. 
Uma testemunha que estava na Avenida das Américas contou que ouviu pelo menos 10 disparos. E que os tiros começaram pouco depois de ter ouvido o barulho de um helicóptero pousando no local. "Tive que me jogar no chão. Não cheguei a ver os bandidos. Não vi nada. Foi assustador", contou.

Parte da rua que dá acesso ao terreno do heliporto tem um portão que, segundo policiais que estão no local, têm sinais que levam a crer pode ter sido arrombado. Além deste portão, a cerca de 150 metros ao lado há outro portão, que também está aberto. Ambos os portões dão acesso ao terreno baldio, na Rua 15 de Novembro ou Rua Professora Luiza Nogueira Gonçalves.
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Segundo um homem que está no local e disse que toma conta do terreno, de propriedade particular, com área total de 15 mil metros quadrados, os bandidos podem ter acessado o terreno pela portão da frente, após terem destruído parte dele.

"O portão inteiro estava intacto na parte da manhã. Após os tiros, que acredito terem sido de fuzil, eu vim verificar e vi que uma parte do portão estava destruída. Pode ter sido por onde eles entraram. Acredito que eles tenham saído pelos fundos do terreno e aí pulado o muro dos fundos. Pois aqui pela frente é muito movimentado. E lá atrás, não", disse o homem.
Familiares de Iggnácio chegaram ao local por volta das 16h. Um dos parentes se identificou como irmã da vítima. Muito nervosa, chorava. Por volta das 17h30, eles deixaram agora o local do crime e não quiseram falar com a imprensa.

Às 17h50, os agentes da DH retiraram o carro da vítima do local. Ainda não há informações sobre a data e local de sepultamento de Fernando Iggnácio.