Publicado 29/11/2020 12:11 | Atualizado 29/11/2020 17:50
Rio - Terminou, por volta das 11h deste domingo, a paralisação dos rodoviários das viações Redentor e Futuro, que fazem parte do Grupo Redentor, do Consórcio Transcarioca. Os cerca de 2,5 mil funcionários das duas empresas estavam sem trabalhar desde o primeiro minuto deste domingo. Eles reclamavam da decisão da Redentor e da Futuro de parcelar em oito vezes o décimo terceiro deste ano.
"Houve uma falta de comunicação da empresa com os trabalhadores, porque a empresa colocou um aviso de que iria parcelar o décimo terceiro, quando as negociações sobre o tema ainda estão em curso com o Ministério Público do Trabalho. Tivemos uma audiência na quinta-feira à tarde e deram um prazo de 24 horas para que uma proposta do MPT fosse avaliada", conta Sebastião José, presidente do Sindicato dos Rodoviários do Município do Rio.
De acordo com Sebastião, o Grupo Redentor está alegando que não tem condições de pagar o décimo terceiro conforme previsto na lei (primeira parcela até 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro).
"Eles atropelaram as negociações em curso e quiseram colocar goela abaixo do trabalhador. A empresa tentou impor a sua vontade. Ela não podia tomar essa decisão", critica Sebastião.
Por causa da paralisação, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) pediu que a Polícia Federal interviesse no movimento, considero ilegal por causa das eleições. Além da PF, o juiz eleitoral Luiz Márcio Pereira esteve na garagem da Redentor, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, para intermediar uma solução.
No local, a Polícia Federal tentou identificar os líderes do movimento e o juiz eleitoral pediu a escala dos trabalhadores de hoje. Para que ninguém fosse autuado, os funcionários e a empresa chegaram e um acordo para que o décimo terceiro fosse parcelado em três vezes e pago totalmente até 30 de dezembro ou 20 de janeiro.
"A intermediação do TRE foi muito boa para apagar o incêndio. Os ônibus já voltaram a circular e não vão considerar falta de quem não trabalhou no primeiro turno. Amanhã, já vamos sentar com o Ministério Público do Trabalho para ver como podemos agir juridicamente para que as empresas cumpram o compromisso que assumiram", enfatiza Sebastião.
Procurada pelo DIA, o Consórcio Transcarioca se limitou a dizer "que as negociações seguem em andamento".
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