Com o fechamento do aterro sanitário, as ruas de Magé estão com acúmulo de lixoReprodução/TV Globo
Por O Dia
Publicado 28/12/2020 15:09 | Atualizado 28/12/2020 16:36
Rio - Moradores da cidade de Magé, na Baixada Fluminense do Rio, estão sofrendo com o lixo espalhado nas ruas. Com a falta de coleta de lixo devido à interdição do aterro sanitário da região e a falta de pagamento do décimo terceiro salário dos garis, o município está desde a última sexta-feira com acúmulo de lixo em diversos locais. Segundo a prefeitura, muitos bairros ainda estão em defasagem devido a quantidade de lixo que se acumulou durante a interdição, mas a coleta está sendo normalizada aos poucos.
"Magé é o único município da Baixada Fluminense que tem um aterro sanitário municipal e com essa interdição ficamos sem fazer a coleta, porque não temos o serviço terceirizado como outros municípios", disse a Prefeitura, em nota.
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"Hoje a gente passou o Natal cheio de lixo na nossa cidade porque a prefeitura interditou nosso aterro. Isso é uma covardia com o povo de Magé. Nós já entramos com as medidas cabíveis na Justiça. Nossa saúde está em risco no meio de uma pandemia", afirmou Rafael em um trecho do vídeo.
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No entanto, os moradores não gostaram da atitude do prefeito.
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Segundo o Inea, o aterro sanitário de Magé pode ter um escoamento de chorume irregular, o que configura crime ambiental, pois o líquido poluente pode seguir para os rios e solo.
A Prefeitura de Magé recorreu na Justiça à decisão do Inea, alegando que as irregularidades ambientais no aterro se dariam em razão do aumento exponencial das chuvas nos últimos dias e também com as dificuldades financeiras trazidas com a pandemia.
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De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, as justificativas são incoerentes, uma vez que "a pandemia foi declarada em março de 2020 e não há prova, ao menos nesses autos, que recursos direcionados à saúde comprometeram a manutenção da regularidade do aterro sanitário com as normas ambientais. De igual sorte, as chuvas de verão, como é até intuitivo, são fatos previsíveis e que se repetem todo ano, sendo, pois, incabível justificar a desconformidade do aterro sanitário sob tal fundamento".
A desembargadora Flávia Romano Rezende concedeu parcialmente, no último sábado, uma liminar liberando o funcionamento do aterro, para que a população não seja ainda mais prejudicada, ficando refém das chuvas, pandemia e falta de coleta de lixo domiciliar. Mas a magistrada ressaltou que a decisão não tira o poder do Inea de fiscalizar.
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Segundo a Prefeitura de Magé, equipes de limpeza "já estão nas ruas para que a população não continue sendo prejudicada".
Em relação ao pagamento do décimo terceiro salário dos garis, o município informou que será pago, de forma gradual, até o dia 30 de dezembro.
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