Publicado 10/03/2021 21:33 | Atualizado 10/03/2021 23:17
Rio - Três meses após o crime que tirou a vida das pequenas Emily Victoria, de 4 anos, e Rebecca Beatriz Rodrigues dos Santos, de 7 anos, a Polícia Civil realizou uma reprodução simulada para tentar descobrir de onde partiram os disparos que mataram as duas meninas, que brincavam na porta de casa, na comunidade Barro Vermelho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
A reprodução simulada aconteceu no mesmo horário em que as meninas foram baleadas. Peritos e agentes da polícia civil estiveram no local e usaram manequins que foram posicionados no local onde as meninas brincavam no momento em que foram atingidas. Protegidas por toucas que cobriam o rosto, testemunhas chaves também participaram da simulação.
A reprodução simulada aconteceu no mesmo horário em que as meninas foram baleadas. Peritos e agentes da polícia civil estiveram no local e usaram manequins que foram posicionados no local onde as meninas brincavam no momento em que foram atingidas. Protegidas por toucas que cobriam o rosto, testemunhas chaves também participaram da simulação.
O objetivo é analisar melhor a luminosidade da região na hora do crime, para verificar tecnicamente se era possível identificar a viatura da PM da onde as testemunhas estavam.
"Essa reprodução vai ajudar a entender o contexto em que as mortes aconteceram para que a polícia possa fazer o trabalho dela e de uma forma técnica a gente possa compreender o cenário", afirmou o delegado Uriel Alcântara.
Lidia da Silva Moreira Santos, 51, avó da Rebecca e tia da Emily, disse que viu uma viatura da polícia no local no momento em que as meninas foram atingidas. Ela tinha acabado de descer do ônibus na entrada da comunidade.
"Eu estava chegando do trabalho e quando desci do ônibus ouvi o barulho do tiro e a viatura. Em seguida, os policiais arrancaram com o carro. A rua estava lotada e quando cheguei na calçada ao lado da minba casa minha sobrinha estava caída com um tiro na cabeça. Andei até o meu quintal e minha neta também estava caída e ferida. Me lembro como se fosse hoje".
Os depoimentos na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), tanto de policiais quanto de vizinhos das primas, são unânimes: não havia criminosos armados ou confronto no momento em que os disparos atingiram as primas, na Rua Binha, próxima a Avenida Gomes Freire. A via é citada por testemunhas como o local de onde os tiros teriam sido disparados pelos PMs.
Lidia da Silva Moreira Santos, 51, avó da Rebecca e tia da Emily, disse que viu uma viatura da polícia no local no momento em que as meninas foram atingidas. Ela tinha acabado de descer do ônibus na entrada da comunidade.
"Eu estava chegando do trabalho e quando desci do ônibus ouvi o barulho do tiro e a viatura. Em seguida, os policiais arrancaram com o carro. A rua estava lotada e quando cheguei na calçada ao lado da minba casa minha sobrinha estava caída com um tiro na cabeça. Andei até o meu quintal e minha neta também estava caída e ferida. Me lembro como se fosse hoje".
Os depoimentos na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), tanto de policiais quanto de vizinhos das primas, são unânimes: não havia criminosos armados ou confronto no momento em que os disparos atingiram as primas, na Rua Binha, próxima a Avenida Gomes Freire. A via é citada por testemunhas como o local de onde os tiros teriam sido disparados pelos PMs.
"Foi tudo muito rápido. As crianças estavam brincando na calçada quando ouvimos os tiros. A gente correu, mas a Emily caiu ferida na hora. Peguei a Rebecca pela mão e ela disse: 'ai mãe', deu um suspiro e foi caindo. Eu perguntei pra ela o que era porque ainda não tinha visto. Aí eu vi o sangue. Fiquei desesperada, e desmaiei. Mas eu sei o que vi. Uma viatura parou na entrada da rua e vi até o clarão dos tiros. Não tinha perseguição, não tinha ninguém armado na rua. Eles viram a rua lotada de gente e com crianças brincando e não se importaram em atirar", relatou Renata Rodrigues dos Santos, 28, mãe da Rebecca.
Policiais negaram disparos
Todos os cinco policiais ouvidos afirmaram que estavam na região para tentar recuperar um carro roubado, que alegaram que estava na comunidade do Sapinho, e negaram ter disparado qualquer tiro naquela noite.
Os PMs disseram que não conseguiram achar o carro roubado e voltaram à base onde estavam, na Avenida Gomes Freire. Só depois disso, ouviram os disparos. Só depois, souberam pelo rádio que duas crianças haviam sido baleadas.
Busca por justiça e resposta
Após três meses sem resposta, a família reclama da demora nas investigações e afirma que não vai desistir.
"Não confio na justiça, mas eu não vou desistir. Enquanto eu viver vou lutar pela minha filha e minha sobrinha. Todo esse tempo não tivemos resposta porque somos pobres e da comunidade. A minha vida acabou, ficou um vazio", afirmou Ana Lucia Silva Moreira, 38,
mãe da Emily e tia da Rebecca.
Lidia da Silva espera que a reprodução simulada ajude nas investigações. "Espero que agora as coisas aconteçam, que a verdade venha à tona. Quero uma resposta, quero que os culpados paguem por este crime. Eu preciso disso, até mesmo pra eu dormir, eu não tenho dormido. Acordo ouvindo o barulho do tiro e com a imagem das meninas caídas".
Renata, que morava na comunidade há apenas 15 dias na época do crime, não conseguiu continuar no local. Assim como Lídia, ela se mudou da comunidade.
"Eu não consegui voltar para casa. Logo após o enterro eu me mudei. Tem sido muito difícil. Tenhos outros dois meninos, a Rebecca era a filha do meio, eles sentem muito a falta dela. Tenho buscado forças nisso tudo por eles. Ela era minha única menina, eu quero justiça. Eu e minha família precisamos dormir em paz, nem comer eu consigo.
Policiais negaram disparos
Todos os cinco policiais ouvidos afirmaram que estavam na região para tentar recuperar um carro roubado, que alegaram que estava na comunidade do Sapinho, e negaram ter disparado qualquer tiro naquela noite.
Os PMs disseram que não conseguiram achar o carro roubado e voltaram à base onde estavam, na Avenida Gomes Freire. Só depois disso, ouviram os disparos. Só depois, souberam pelo rádio que duas crianças haviam sido baleadas.
Busca por justiça e resposta
Após três meses sem resposta, a família reclama da demora nas investigações e afirma que não vai desistir.
"Não confio na justiça, mas eu não vou desistir. Enquanto eu viver vou lutar pela minha filha e minha sobrinha. Todo esse tempo não tivemos resposta porque somos pobres e da comunidade. A minha vida acabou, ficou um vazio", afirmou Ana Lucia Silva Moreira, 38,
mãe da Emily e tia da Rebecca.
Lidia da Silva espera que a reprodução simulada ajude nas investigações. "Espero que agora as coisas aconteçam, que a verdade venha à tona. Quero uma resposta, quero que os culpados paguem por este crime. Eu preciso disso, até mesmo pra eu dormir, eu não tenho dormido. Acordo ouvindo o barulho do tiro e com a imagem das meninas caídas".
Renata, que morava na comunidade há apenas 15 dias na época do crime, não conseguiu continuar no local. Assim como Lídia, ela se mudou da comunidade.
"Eu não consegui voltar para casa. Logo após o enterro eu me mudei. Tem sido muito difícil. Tenhos outros dois meninos, a Rebecca era a filha do meio, eles sentem muito a falta dela. Tenho buscado forças nisso tudo por eles. Ela era minha única menina, eu quero justiça. Eu e minha família precisamos dormir em paz, nem comer eu consigo.
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