Publicado 09/04/2021 09:35
Rio - O pai do menino Henry, morto em casa no dia 8 de março, disse que o último pedido feito pelo seu filho, ao chegar no condomínio em que ele morava com a mãe, Monique Medeiros, e o padrasto, o vereador Dr. Jairinho, foi: “deixa eu ficar mais com você”. As informações foram reveladas pela TV Globo em entrevista.
O engenheiro Leniel Henry contou como foram os últimos momentos com o filho antes de entregá-lo para os cuidados da mãe.
"Quando eu fui entregar para ela, a Monique veio, eu falei 'vai com a mamãe', e ele: 'não papai, não quero ir. Me dá mais um dia. Deixa eu ficar mais um dia com você'. Eu falei vai com a mamãe, porque eu tinha que trabalhar no dia seguinte. E ela falou: 'filho, amanhã tem escolinha, amanhã tem futebol, natação'. E ele disse 'não, mamãe, eu não gosto'", relatou Leniel, sobre os detalhes do seu último encontro com o filho.
Leniel lembrou detalhes do dia 8 de março, quando levou a criança para o prédio onde a mãe e o padrasto viviam. Henry demonstrava muito nervosismo e chegou a vomitar, segundo o pai.
"Quando entreguei meu filho, fui chegando perto, ele ficou muito nervoso. Quando ele viu que estava chegando perto do condomínio, foi ficando mais nervoso ainda, tanto que ele me agarrou e falou: 'Não quero ir'. Ficou muito nervoso, começou a fazer náusea, tanto que quando chegou tive que abrir e ele vomitou na saída do carro", lembrou.
Segundo a polícia, o responsável pela morte foi o padrasto, o vereador Dr. Jairinho, e a mãe teria sido omissa diante do caso. Casal foi preso nesta quinta-feira (8).
Leniel lembrou que o filho relatou ter sido machucado pelo padrasto. A ex-mulher negou a possibilidade e disse que ‘mataria’ caso a agressão acontecesse. “Esquece, isso não aconteceu, eu mataria se eu descobrisse que o Jairinho faz… que ele machuca o nosso filho”.
Em seguida, ele questionou: “Como é que pode uma mulher que fala que mata por causa do filho estar do lado de alguém que matou o dela?”
Para o pai, Monique é responsável por não ter evitado a morte de Henry. Ele ainda disse que não acreditava na possibilidade de ela encobrir as agressões.
“Eu não acreditava que a Monique como mãe poderia estar encobrindo algo nesse sentido, ou que tivesse esse tipo de participação. Porque mãe é mãe. Eu não acreditava que uma mãe poderia estar encobrindo algo de tamanha monstruosidade. Os dias se passaram, ouvimos depoimentos, casos de ex-mulheres de Jairinho. Então, a gente já sabia mais ou menos quem era o Jairinho. Mas o papel da Monique na sequência de fatos e na omissão de proteção como mãe. Acho que eu duvidava que ela podia realmente ter encobertado”, comentou Leniel.
Leniel comentou durante a entrevista que achava Monique uma boa mãe, durante os quatro anos de vida de Henry. Mas as coisas mudaram após ela começar a namorar com o vereador Dr. Jairinho.
"A partir do momento quando ela foi morar com Jairinho, parece que ela quis apagar o filho da memória. Ou de alguma forma que aquilo estava impedindo ela de viver uma nova vida. Então, assim, não sei o que posso pensar de Monique", disse Leniel.
O pai de Henry disse ter demorado a acreditar que Monique pudesse ser conivente com as agressões, como concluiu a investigação. Ele aponta que motivações financeiras e ganância podem estar por trás das atitudes da ex-mulher.
"Isso pra mim me parece demoníaco, assustador. Como é que uma mãe que cuidou bem do filho durante quatro anos, a partir do momento que se junta com uma pessoa que mal conhece, poucos meses, e pretere uma pessoa ao filho? É muito estranho. Eu não consigo explicar o que pode ter sido isso. Será que é a ganância, a luxúria, um novo cargo público".
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