Geral - Velorio de Jorge Picciani, na Alerj, no centro do Rio.Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Por O Dia
Publicado 15/05/2021 15:02
Rio - O corpo do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) foi sepultado neste sábado (15) no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio, em uma cerimônia íntima e para familiares. O velório foi realizado no Palácio Tiradentes, sede da Alerj. Picciani morreu nesta sexta-feira (14), aos 66 anos, no Hospital Vila Nova Star, da Rede D'Or, na capital paulista, onde estava internado desde o dia 8 de maio, para tratar um câncer na bexiga.
Picciani foi presidente da Alerj por diversos mandatos e era filiado ao partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB). O parlamentar já se envolveu em diversas polêmicas e chegou a ser preso por  envolvimento em esquemas de corrupção que eram realizadas durante a gestão do ex-governador Sérgio Cabral, de quem era aliado. O partidodisse "estar de luto".
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"Foi com mais profundo sentimento de pesar que recebemos nesta sexta-feira (14/5) a notícia do falecimento do ex-deputado e presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani. O MDB-RJ se solidariza com a família e os amigos".
Política

Picciani era pecuarista e cumpriu seis mandatos pelo Rio de Janeiro. Ele foi eleito pela primeira vez em 1990, como deputado estadual. O parlamentar presidiu a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro por quatro mandados consecutivos, entre 2003 e 2010. Em 2015, após ficar quatro anos afastado, ele voltou a ocupar o cargo de presidente da Casa.

Em 2010, com o apoio do ex-governador do Rio, Sergio Cabral, Picciani tentou uma vaga no Senado. Ele obteve 3.048.034 de votos, mas não conseguiu ser eleger. Durante 2011 e 2014, ele presidiu o partido PMDB-RJ e focou na vida empresarial.

Nas eleições de 2014, ele voltou à Alerj, com 76.590 votos. A nona maior votação no estado do Rio e a terceira pelo partido PMDB-RJ. Em 2015, reassumiu a presidência da Alerj e ficou até 2017, quando foi afastado.

Jorge Picciani nasceu em 25 de março de 1955 e era formado em contabilidade pela UERJ e em estatística pela Escola Nacional de Estatística. O ex-parlamentar era casado com Hortência Oliveira Picciani e deixa cinco filhos: o deputado federal Leonardo Picciani; o deputado estadual Rafael Picciani; Felipe; Arthur e Vicenzo.

Alvo de operações

Na sua trajetória política, Picciani foi alvo de duas operações policiais contra corrupção na Alerj. Em novembro de 2017, ele foi alvo da Operação Cadeia Velha, um desdobramento da Lava Jato, que cumpria mandados de prisão contra deputados estaduais e empresários do setor de ônibus. Picciani era o presidente da Alerj e foi preso, junto com os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi.

Um ano depois, em 2018, ele também foi alvo da Operação Furna da Onça, deflagrada pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF). Ele, que já cumpria prisão domiciliar, e mais nove pessoas foram alvos da ação, acusados de integrar esquema criminoso comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral Filho (MDB).
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As investigações apontavam que os deputados usavam a Alerj a serviço de interesses da organização criminosa do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), que em troca pagava propina mensal ("mensalinho"), que variava de R$ 20 mil a 100 mil reais, durante seu segundo mandato (2011- 2014). Os valores eram pagos em troca de votos em favor de projetos de lei de interesse da organização. De acordo com as investigações, a propina resultava do sobre preço de contratos estaduais e federais.
Na época, as investigações apontaram que além de Cabral, Piciani e Paulo Melo comandavam a organização.
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