Publicado 04/06/2021 19:39
Rio - O ex-governador do Rio Luiz Fernando Pezão foi condenado a mais de 98 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Essa é a primeira condenação de Pezão na Lava Jato. A decisão é do Juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, e acontece no mesmo dia que foram reveladas acusações de que o magistrado teria negociado penas e influenciado nas eleições para governo do Rio.
Na decisão, Bretas também condenou outras 10 pessoas, entre eles o também ex-governador Sérgio Cabral. Todos os condenados terão que dividir o pagamento de uma indenização de R$ 39,1 milhões – o equivalente à propina recebida pela organização.
A condenação acontece a partir da operação Boca De Lobo. No entanto, a decisão cabe recurso e Pezão poderá responder em liberdade. Já Cabral foi condenado a mais de 32 anos, nove meses e cinco dias de prisão pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Operação Boca de Lobo
A operação é resultado de delação premiada de Carlos Miranda, apontado como o operador da quadrilha chefiada por Cabral. De acordo com Miranda, Pezão recebia ilegalmente uma mesada de R$ 150 mil quando era vice-governador e teria recebido dois prêmios no valor de R$ 1 milhão e um terceiro de R$ 300 mil para fazer obras em sua casa, em Barra do Piraí, no Sul Fluminense.
Após o recolhimento de provas como documentos, dados bancários, quebras de sigilo telefônicos, além de depoimentos e relatos de testemunhas, foi constatado que Luiz Fernando Pezão sucedeu Cabral nas práticas ilícitas ao comandar o governo do Rio.
Já no cargo de governador, Pezão é acusado por receber R$ 11,4 milhões da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetransport).
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