Kathlen Romeu, grávida baleada na cabeça no Complexo do Lins, na Zona Norte do RioReprodução / Instagram
Por O Dia
Publicado 09/06/2021 11:18
Rio - A plataforma Fogo Cruzado contabiliza 15 mulheres grávidas baleadas na Região Metropolitana do Rio desde 2017. Delas, oito morreram. A mais recente vítima foi Kathlen Romeu, de 24 anos, grávida de 14 semanas - ela morreu após ser baleada durante confronto entre policiais militares e traficantes no Complexo do Lins, na tarde de terça-feira. Kathlen será enterrada na tarde desta quarta, no Cemitério do Catumbi.
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Kathlen Romeu já tinha decidido o nome do seu primeiro filho. Nas redes sociais, a designer de interiores, que estava com 14 semanas, publicou um texto sobre a gravidez e anunciou os possíveis nomes: Maya ou Zayon.
"Estou me descobrindo como mãe e fico assustada pensando em como vai ser...Dou risada, choro e tenho medo. Um misto de sentimentos. Talvez os mais doidos do mundo, mas vou dar risada lá na frente...Obrigada Senhor por abençoar meu ventre e me permitir gerar o amor da minha vida", escreveu a designer.
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"Acordo às vezes assustada e pensando que não é real, mas aí vem uma fome de leão, uma dor de cabeça, um sono inacabável, uns enjoos incontroláveis e as azias que só Jesus me ajudando! Tem horas que penso que ficarei presa com os meus arrotos! É, tem sido desse jeito e nessa hora que eu lembro: Estou grávida", continuou ela no post na rede social.
Mãe de Kathlen rebate versão da PM
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A mãe da designer de interiores Kathlen Romeu, que morreu após ser baleada durante tiroteio na tarde de terça-feira, no Complexo do Lins, rebateu a versão dada pela Polícia Militar de que o tiro não partiu de policiais. Jacklline de Oliveira esteve no Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta quarta-feira (9) para liberar o corpo da jovem de 24 anos, que estava grávida. Mais cedo, o porta-voz da PM, Major Ivan Blaz, disse em entrevista à TV Globo que o tiro não partiu de PMs.
Emocionada, Jacklline, em tom firme, disse ter certeza de que a bala partiu dos policiais que confrontavam traficantes da comunidade. "Não tem que matar mais filho de ninguém. Mate bandido. A gente paga imposto para a polícia treinar. Quem dá tiro a esmo é bandido. Policial dá tiro com mira. Avise ao major Blaz: hoje eu vi a fala dele na televisão, e o major Blaz mentiu. A PM sempre passa pano. Se eu tiver força, tiver vida, isso não vai ficar em vão"
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Ivan Blaz afirmou que policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Lins foram atacados por traficantes. Segundo o porta-voz, os PMs foram os primeiros a chegar no local em que Kathlen estava. De acordo com ele, os militares disseram que não foram os responsáveis pelos disparos que mataram a jovem
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"Cabe ressaltar que os policiais fizeram de tudo para socorrer a moça. Eles foram os primeiros a chegar no local. Eles tentaram reanimar, a socorreram para o hospital, mas infelizmente ela faleceu. Os policiais lutaram até o fim pela vida dela", afirmou em entrevista à TV Globo.
Em nota, a Polícia Militar informou que os militares foram atacados a tiros por criminosos na localidade conhecida como “Beco da 14”, dando início ao confronto. Com o fim dos disparos, encontraram uma mulher ferida e a socorreram. Os PMs realizaram buscas na região e apreenderam um carregador de fuzil, munições de calibre 9 milímetros e drogas. A Polícia Civil informou que irá investigar o caso. "Testemunhas serão ouvidas e diligências realizadas para esclarecer todos os fatos e identificar de onde partiu o tiro que atingiu a vítima."
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