Adolescente diz que policial colocou fuzil no seu peitoReprodução/TV Globo
Por O Dia
Publicado 16/06/2021 08:01
Rio - Pouco mais de semana após a morte da designer de interiores Kathlen Romeu, o Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio tem mais um caso de violência policial. Um jovem de quinze anos denunciou uma abordagem de agentes da PM enquanto retornava de um posto médico, na região. Segundo ele, uma equipe desceu da viatura e o mandou sentar no chão, apontou um fuzil para o seu peito e rasgou um atestado e a ficha de tratamento do rapaz.
De acordo com a denúncia, divulgada no RJTV2, o adolescente caminhava sozinho quando policiais o abordaram na rua Nova, na comunidade Cachoeirinha, no Complexo do Lins. Segundo o rapaz, os agentes chegaram de viatura e o acertaram nas pernas com o veículo.
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"Quando eu estava vindo, eu ouvi um barulho de carro vindo. Não deu tempo de eu olhar pra trás. Quando eu estava vindo, um carro uma viatura da polícia veio por trás de mim e esbarrou assim ó. O carro levantou a minha perna, só que eu não caí no chão não", conta.
Ele relata que logo depois, um policial saiu do veículo e o mandou sentar no chão, apontando o fuzil para o seu peito.
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"Botou o fuzil no meu peito e falou para mim mostrar a identidade. Eu mostrei para ele. Ele ficou um tempão olhando no celular. Aí viu que não tinha nada e jogou a identidade no chão. Aí, depois pegou a bolsa que estava comigo com os papel, os documentos do médico, e rasgou tudo e botou no chão”, relatou.
O adolescente conta que o policial rasgou o pedido médico e a ficha de tratamento que ele havia recebido no posto. Apesar disso, os abusos continuaram.
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“Quando eu estava levantando, ele abaixou o fuzil assim, botou no chão e deu um tapa na minha cara e falou para mim: ‘Rala, rala. Vai embora!’ Aí, mandou eu vim embora. Eu vim andando”, contou.
A família do adolescente diz que vive com medo. A mãe do rapaz conta que sentiu na pele a violência contra o filho.
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"A gente cria um filho com amor, com carinho e as pessoas que eram para estar protegendo batem no nosso filho? Isso machuca com a gente, sabia? Isso machuca e me machucou muito. Eu sempre falo com ele: ‘Você sendo alto, as pessoas vão sempre achar que você tem mais idade’. E eu fico muito preocupada com isso. As pessoas inocentes morrendo e eu fico muito preocupada com meu filho", desabafou.
A tia do adolescente, a costureira Márcia Silva, perdeu um filho há 19 anos. O jovem, que tinha 16 na época, foi morto em uma abordagem policial. 
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"Tem já 19 anos e nada mudou. Pelo contrário. Foi tirado o direito de ir e vir do meu filho. Quase tiraram desse meu sobrinho hoje", disse.
Ela conta que lutou para provar que o filho não era bandido e disse que não irá se calar diante da violência sofrida pelo sobrinho.
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“Se aquele fuzil que o policial colocou no peito dele disparasse, ia ser bala do bandido? A gente sofre danos morais, físicos e, muitas vezes, perdas, que é o pior”, disse.
A PM diz que, não compactua com possíveis desvios de conduta ou excessos e que pune "com rigor os envolvidos quando constatados os fatos". A corporação pediu que as denúncias sejam encaminhadas à corregedoria. 
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