Publicado 11/08/2021 13:08
Rio - A vacinação em Duque de Caxias registrou intensas filas e aglomerações no novo ponto de vacinação instalado na estação de trem da SuperVia na manhã desta quarta feira (11). O objetivo, segundo a prefeitura, era alcançar o maior número de jovens possível, pois a procura pela vacina estaria acontecendo abaixo do esperado. A estratégia, criticada por especialistas ouvidos pelo DIA, fez com que os moradores esperassem quatro horas para receber a sua primeira dose e uma hora com a segunda dose, além de submeter o público elegível a maiores riscos de infecção pela covid-19.
Na terça-feira (10) a cidade já vinha registrando aglomerações no hospital municipal do Duque, com filas que chegavam a ultrapassar dois quarteirões. Além dos problemas de aglomeração, um morador ainda afirmou que foi recebido com grosseria pelos funcionários após tentar pedir um esclarecimento da prefeitura.
O eletricista Reginaldo Valério, de 56 anos, foi receber a sua segunda dose e já estava insatisfeito por ter ficado exposto a intensas aglomerações. No momento de ser vacinado, ele relatou ainda que foi maltratado e quase saiu algemado do ponto de vacinação apenas por tentar fazer uma reclamação.
Segundo Reginaldo, ele teria suspeitado que a vacina não tinha sido aplicada corretamente. Com medo de ter recebido uma "vacina de vento", o eletricista procurou a equipe responsável para pedir um esclarecimento quando foi abordado por um homem que se identificou como “secretário e policial”.
“Eu não vi direito o momento em que a funcionária completou o líquido da dose e depois que recebi a vacina fui pedir um esclarecimento para a equipe responsável. A enfermeira estava me explicando a situação quando, em seguida, um homem que se identificou como secretário e policial. Ele chegou perto de mim com muita grosseria e tentou pegar o meu celular de forma violenta, pedindo que eu me afastasse ou iria me algemar. Depois daquela confusão um guarda municipal chegou e pediu que eu saísse do local. Era para ser um momento de alegria mas infelizmente foi uma tristeza, como cidadão eu me senti humilhado”, lamentou.
Na terça-feira (10) a cidade já vinha registrando aglomerações no hospital municipal do Duque, com filas que chegavam a ultrapassar dois quarteirões. Além dos problemas de aglomeração, um morador ainda afirmou que foi recebido com grosseria pelos funcionários após tentar pedir um esclarecimento da prefeitura.
O eletricista Reginaldo Valério, de 56 anos, foi receber a sua segunda dose e já estava insatisfeito por ter ficado exposto a intensas aglomerações. No momento de ser vacinado, ele relatou ainda que foi maltratado e quase saiu algemado do ponto de vacinação apenas por tentar fazer uma reclamação.
Segundo Reginaldo, ele teria suspeitado que a vacina não tinha sido aplicada corretamente. Com medo de ter recebido uma "vacina de vento", o eletricista procurou a equipe responsável para pedir um esclarecimento quando foi abordado por um homem que se identificou como “secretário e policial”.
“Eu não vi direito o momento em que a funcionária completou o líquido da dose e depois que recebi a vacina fui pedir um esclarecimento para a equipe responsável. A enfermeira estava me explicando a situação quando, em seguida, um homem que se identificou como secretário e policial. Ele chegou perto de mim com muita grosseria e tentou pegar o meu celular de forma violenta, pedindo que eu me afastasse ou iria me algemar. Depois daquela confusão um guarda municipal chegou e pediu que eu saísse do local. Era para ser um momento de alegria mas infelizmente foi uma tristeza, como cidadão eu me senti humilhado”, lamentou.
Além da estação ferroviária, a cidade conta com outros 15 pontos de vacinação. O município até o momento tem 395 mil pessoas vacinadas com a primeira dose e 215 mil com o esquema completo.
Em relação ao Relato de Reginaldo Valério, a prefeitura respondeu que desconhece as informações relatadas. "Durante a ação desta quarta-feira, a PMDC contou com o apoio da Guarda Municipal para o atendimento na vacinação. Os agentes colaboraram para facilitar o acesso dos usuários à estação ferroviária e, desde o início da manhã, trabalharam na organização das filas".
Especialistas criticam estratégia da prefeitura
A médica geriatra e psiquiatra Roberta França explicou que a estratégia não possui raciocínio do ponto de vista epidemiológico e classificou o caso como “inacreditável”.
"Colocar um ponto de vacinação dentro de uma estação de trem, que já é um ambiente que tem uma circulação maciça e desordenada de pessoas e ainda traz um grupo etário muito grande que é a faixa dos 20 anos, além da repescagem da 2° dose, é pedir e promover a aglomeração. Então realmente é inacreditável, absolutamente inadmissível e principalmente desnecessário”, disse.
A pesquisadora em Saúde pela UFRJ Chrystina Barros mencionou que se o objetivo da prefeitura era alcançar um maior número de pessoas, ela poderia obter sucesso neste objetivo de inúmeras outras formas. “ Existem outros equipamentos públicos, existem escolas e até igrejas, para além dos postos de saúde e tendas que possam ser organizadas em áreas abertas. É lamentável isso, é um desrespeito e é um prato cheio para que o vírus possa encontrar ali um lugar de maior transmissão e circulação infelizmente”, afirmou.
"Colocar um ponto de vacinação dentro de uma estação de trem, que já é um ambiente que tem uma circulação maciça e desordenada de pessoas e ainda traz um grupo etário muito grande que é a faixa dos 20 anos, além da repescagem da 2° dose, é pedir e promover a aglomeração. Então realmente é inacreditável, absolutamente inadmissível e principalmente desnecessário”, disse.
A pesquisadora em Saúde pela UFRJ Chrystina Barros mencionou que se o objetivo da prefeitura era alcançar um maior número de pessoas, ela poderia obter sucesso neste objetivo de inúmeras outras formas. “ Existem outros equipamentos públicos, existem escolas e até igrejas, para além dos postos de saúde e tendas que possam ser organizadas em áreas abertas. É lamentável isso, é um desrespeito e é um prato cheio para que o vírus possa encontrar ali um lugar de maior transmissão e circulação infelizmente”, afirmou.
Confira a nota da prefeitura sobre a vacinação na íntegra
A Prefeitura de Duque de Caxias esclarece que a Secretaria Municipal de Saúde, a Defesa Civil Municipal e os órgãos de fiscalização e controle da PMDC estão nos locais de vacinação desta quarta-feira (11/08), inclusive na estação Duque de Caxias da Supervia, acompanhando o atendimento e atuando para garantir o distanciamento entre as pessoas que estão sendo vacinadas.
A escolha pelo ponto na estação ferroviária tem o objetivo de alcançar o maior número de jovens possível, já que a procura desse público pelos locais de imunização tem acontecido de maneira abaixo do esperado. Além deste local, a Prefeitura disponibiliza hoje outros 15 pontos de atendimento, nós quatro distritos do município: - Hospital Municipal Duque - UPH Campos Elíseos - UPH Equitativa - UPH Imbariê - UPH Pilar - UPH Saracuruna - UPH Xerém - UBS Barro Branco - UBS Taquara - UBS Barão do Amapá - ESF Nova Campina - ESF Parada Morabi - ESF Pilar 3, 4 E 5 (Rua da Fortuna) - ESF Pilar 1 e 2 (Praça Wilma de Jesus) - ESF Parque Eldorado. Ressalta ainda que todos os locais de vacinação foram divulgados em todos os canais oficiais de comunicação da Prefeitura de Duque de Caxias.
A Secretaria Municipal de Saúde informa que os números atualizados da vacinação contra a covid-19 no município, registram até o dia 10/08/2021 o total de 610.888 mil doses aplicadas (Coronavac, Astrazeneca, Pfizer e Janssen). Deste total, 395.821 mil correspondem a primeira dose; 197.499 mil de segunda dose; e 17.568 são de dose única da vacina Janssen. O município registra neste momento o total de 215.067 mil pessoas com imunização completa (Segunda dose e dose única da Janssen).
Quanto a diferença no número de vacinas registradas no Sistema nacional do Ministério da Saúde, a Secretaria Municipal de Saúde ressalta que a entrada de dados no sistema é mais lento que a capacidade de aplicação de doses no município. A SMSDC conta com a colaboração de outras secretarias municipais e no momento realiza um mutirão para agilizar esse registro dos dados. A quantidade de doses aplicadas no município é maior que os números que constam até o momento no sistema nacional.
Colaborou Marcos Porto. Estagiário sob supervisão de Cadu Bruno
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