Publicado 11/08/2021 18:59 | Atualizado 11/08/2021 19:01
Rio - A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou em estudo divulgado, nesta terça-feira, que há uma tendência de crescimento nas internações por síndrome aguda grave (SRAG) no estado do Rio. De acordo com o boletim quinzenal do Infogripe, o estado, nas duas últimas semanas, apresentou crescimento do indicadores como o de internações em leitos de UTI destinados à pacientes com covid-19, que subiu de 60% para 67%. Alta interrompe movimento de queda registrado desde abril.
O cenário é resultado de um somatório de fatores, segundo a Fiocruz. Um desses agravantes é o crescimento da circulação da variante Delta, que circulação da variante Delta, além do relaxamento de medidas de prevenção entre a população.
Entre os maiores indicadores de transmissão da nova cepa, a capital do Rio é hoje um dos pontos mais críticos de contágio e transmissão. Um levantamento feito pela Secretaria Estadual de Saúde apontou que das 368 amostras da cidade analisadas entre junho e julho, 26% eram da variante delta. Enquanto a bateria anterior de exames indicava apenas 16%.
"Neste momento, a variante Delta ainda não é o principal fator. Contribui, mas não é o principal. Temos sazonalidade (inverno, quando é maior a incidência de vírus respiratórios) também e principalmente o comportamento. Se as medidas coletivas e individuais de restrição ainda estivessem sendo cumpridas, poderíamos ter mais controle da variante e da alta pela sazonalidade. O que muda é a intensidade das consequências", explicou o pesquisador Marcelo Gomes, um dos responsáveis pelo boletim e membro do Programa de Computação Científica (PROCC/Fiocruz).
Para ele, o cenário poderia ser melhor se as medidas restritivas estivessem sendo cumpridas com mais rigor pela população e cobrada pelas autoridades.
Ainda que o Rio de Janeiro seja o único estado com essa alta nas internações por SRAG, o boletim da Fiocruz também indica tendência para Mato Grosso e São Paulo. O pesquisador Marcelo Gomes, um dos responsáveis pelo boletim e membro do Programa de Computação Científica (PROCC/Fiocruz), fala sobre a mudança negativa dos números.
"De forma nacional, vemos que se interrompeu a queda. Quando olhamos as curvas, o estado do Rio de Janeiro e a capital fluminense, não vemos mais interrupção de queda, é retomada do crescimento. É um dos estados que está puxando a mudança. Mas há indícios de uma nova fase de crescimento em estados como Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. No Rio o sinal é muito claro, nos outros ainda é incipiente", pontuou o pesquisador.
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