Publicado 13/08/2021 18:45
Rio - A ex-deputada federal Flordelis foi presa, na noite desta sexta-feira, como mandante do assassinato do seu então marido, Anderson do Carmo de Souza, em 2019. Ela teve a prisão preventiva decretada pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói. Na época do crime, Flordelis não teve sua prisão pedida por deter imunidade parlamentar. Na última quarta-feira (11), no entanto, a Câmara dos Deputados cassou seu mandato por quebra de decoro.
Após deixar sua residência, a ex-deputada foi levada para a Delegacia de Homicídios de Niterói, onde chegou por volta das 19h15. De lá, a ex-deputada segue para o Instituto Médico Legal de Niterói, onde passará por um exame de corpo de delito, e depois para Benfica, na Zona Norte do Rio. Veja o momento em que Flordelis foi presa:
Nesta sexta-feira, o Ministério Público do Rio fez o pedido de prisão da ex-deputada, onde relatou que, além da gravidade da conduta criminosa, poucos dias após o homicídio, orientou os demais corréus para que o celular da vítima fosse localizado e suas mensagens comprometedoras fossem apagadas, bem como que fossem queimadas as roupas com possíveis vestígios forenses. Ela também providenciou treinamento a réus e testemunhas que foram intimadas para prestarem depoimento em sede policial, solicitando que testemunhas mentissem à polícia e alterassem versões já fornecidas, assim como, por repetidas vezes, descumpriu a medida cautelar de monitoramento eletrônico.
A ex-deputada também financiou a compra da arma usada no assassinato e avisou da chegada da vítima no local em que ela foi executada. O motivo do crime seria o fato de a vítima manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da numerosa família.
Momentos antes da prisão, Flordelis compartilhou um vídeo nas redes sociais pedindo orações. "Chegou o dia que ninugém desejaria chegar. Estou indo presa por algo que eu não fiz, por algo que eu não pratiquei. Estou indo com a força de vocês, orem por mim. Orem, orem. (Façam) uma corrente de oração na internet. Busquem a Deus!", disse. Confira!
O pastor Anderson do Carmo foi assassinato na garagem da casa em que morava com Flordelis e dezenas de filhos adotivos, em São Gonçalo, no Rio. Ele foi atingido por mais de 30 tiros, na madrugada de 16 de junho. Desde então, a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo e o Ministério Público estadual (MPRJ) passaram a investigar o crime.
Flordelis foi denunciada à Justiça como mandante do crime. Ela responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
Por ter imunidade parlamentar, Flordelis cumpria medidas cautelares, sendo monitorada por tornozeleira eletrônica. Outros 10 acusados estão presos. São eles: Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, o "bigode", e Carlos Ubiraci Francisco da Silva, o "neném", Rayane dos Santos Oliveira, Flávio dos Santos Rodrigues, Adriano dos Santos Rodrigues, Andrea Santos Maia e Marcos Siqueira Costa e Lucas Cezar dos Santos de Souza.
No dia 4 de maio deste ano, a juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, decidiu levar os acusados a júri popular. Após as defesas de Flordelis e de outros seis acusados terem apresentado recurso à segunda instância, o processo foi distribuído, no dia 3 de agosto, à 2ª Câmara Criminal, sob a relatoria do desembargador Celso Ferreira Filho.
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), semente após a apreciação dos recursos o caso voltará para a 3ª Vara Criminal de Niterói para que seja definida uma data para o júri popular.
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