Publicado 14/08/2021 20:07 | Atualizado 14/08/2021 20:37
Rio - Após passar a primeira noite no presídio de Benfica, porta de entrada do sistema prisional, a ex-deputada federal Flordelis foi transferida, na tarde deste sábado, 14, para o Instituto Penal Santo Expedito, no Complexo de Gericinó, onde a sua neta Rayane dos Santos Oliveira está presa desde agosto de 2020, acusada de envolvimento no assassinato de Anderson do Carmo. Além dela, a acusada Andrea Santos Maia está detida na mesma unidade prisional.
No entanto, a juíza da 3ª Vara Criminal de Niterói, Nearis dos Santos Carvalho Arce estabeleceu que a ex-parlamentar deve ficar em presídio diferente das outras rés do processo. Questionada sobre o descumprimento da determinação judicial, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) esclareceu que, inicialmente, as três internas que estão no Instituto Penal Santo Expedito ficarão em espaços diferentes da unidade, sem contato.
"Na segunda-feira, serão enviados esclarecimentos à Vara Criminal, solicitando que seja avaliada a necessidade de transferência de alguma das internas para unidade feminina de Campos dos Goytacazes", acrescentou a secretaria em nota.
A pastora ficará em cela comum, porque tem ensino superior incompleto. Em função da pandemia de covid-19, a ex-deputada cumprirá quarentena de 14 dias antes de dividir o espaço com outras detentas.
Audiência de custódia
A audiência de custódia do início da tarde deste sábado manteve a prisão preventiva da ex-deputada. Para a Justiça, não houve irregularidade na prisão, ocorrida na noite de sexta-feira (13). A advogada de defesa, Janira Rocha, acompanhou a audiência e avaliou como "punitivista" a decisão.
"A defesa acha que há uma injustiça, na medida que não existe contemporaneidade nos fatos que justifique essa prisão. Não existe risco de fuga, ela estava monitorada por tornozeleira, ou seja, uma série de condições que daria a liberdade. Mas uma visão mais punitivista vigorou. Vamos regularmente, dentro dos autos, aguardar o posicionamento do Tribunal Superior", comentou a advogada.
Janira Rocha também comentou sobre a estratégia da defesa de pedir a suspeição da juíza da 3ª Vara Criminal, Nearis dos Santos Carvalho Arce.
"Para nós, o comportamento da juíza a comprometeu de continuar no processo, mas faremos esse debate dentro das instâncias legais. A juíza sempre cita uma testemunha que diz se sentir ameaçada por conta de um episódio de uma bomba dentro de casa (é Regiane Ramos, ex-patroa de Lucas, um dos filhos de Flordeils). E ela continua se sentindo ameaçada. Mas houve um inquérito para apurar essa bomba, o artefato foi para perícia, e não foi possível identificar a lesividade do artefato, que era uma bombinha. O inquérito foi mandado de volta", argumentou a advogada. "Essa pessoa que se sente ameaçada estava ontem na casa da deputada, dando entrevista e falando impropérios".
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