Operação mira traficantes que faziam delivery de drogas na Zona Sul e na Barra da TijucaMarcos Porto / Agência O DIA
Publicado 17/09/2021 10:48 | Atualizado 17/09/2021 10:48
Rio - A organização criminosa que atuava fazendo delivery de drogas para áreas nobres da Zona Sul e Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, investia em ferramentas de tecnologia e recebia pagamentos até em criptomoedas. Segundo o delegado titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (DESARME), Gustavo Ribeiro Rodrigues, o objetivo da quadrilha era dificultar o trabalho de investigação policial, atrapalhando o rastreamento da movimentação financeira. Nesta sexta-feira (17), agentes da especializada e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/RJ) realizam a operação 'Batutinha', para cumprir 18 mandados de prisão e 31 de busca e apreensão. Até o momento, 14 pessoas foram presas. 
"É uma quadrilha muito sofisticada, eles utilizavam ferramentas modernas de aplicativo para poder processar esses pedidos dos consumidores de bairros de luxo na cidade e fazer integração com os estoquistas, entregadores. Eventualmente, em cargas maiores, que envolviam grandes quantidades de droga e dinheiro, os chamados seguranças da quadrilha também iam armados, para evitar que quadrilhas rivais interceptassem essa entrega de drogas", informou o delegado. 
Ainda segundo Ribeiro, por conta dessa formas de pagamento, o Juízo da 19º Vara Criminal determinou que  um novo inquérito policial fosse aberto para apurar uma suposta lavagem de dinheiro através das criptomoedas. A quadrilha também aceitava transferência bancária e PIX. 
De acordo com a denúncia, o grupo utilizava um aplicativo de mensagens para facilitar o contato com os usuários, os quais acessavam a conta comercial do aplicativo "Alfafa Batutinha Best Quality Drugs" para realizar a encomenda da droga.
Alluan de Almeida Brito Araújo, vulgo Alfafa, é apontado como líder da quadrilha e está entre os presos desta manhã. Ele era o responsável pela manutenção da conta no aplicativo e do contato direto com os "clientes". Em abril deste ano, ele já havia sido preso em flagrante quando ia realizar a entrega de 1,5kg de maconha no Leblon, na Zona Sul.

As investigações também apontam que as drogas vendidas pela quadrilha eram de alta qualidade e havia um fornecimento do tráfico internacional. Além disso, o grupo criminoso também possuía suas próprias plantações. "Durante a operação, nos endereços de busca e apreensão, a gente encontrou uma estufa profissional de maconha de alta qualidade justamente para eles fugirem desse pagamentos dos para fornecedores internacionais".
Apesar do tráfico internacional atuar com o fornecimento, não há indícios que o grupo investigado exportava drogas para o exterior. 
*Estagiária sob supervisão de Cadu Bruno
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