Publicado 21/09/2021 12:03 | Atualizado 21/09/2021 12:09
Rio - Um circuito de monitoramento interno foi descoberto no alojamento que abrigava jovens alunos de um técnico de basquete, na Abolição, na Zona Norte do Rio. A polícia identificou o sistema durante uma ação de busca e apreensão da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), na tarde desta segunda-feira (20). O homem, de 56 anos, é investigado por suspeita de abuso sexual contra atletas que sonhavam em jogar basquete. Segundo o delegado responsável pela operação, Adriano França, o suspeito nem mesmo tinha formação para ser professor.
“Foi apreendido um HD do sistema de câmeras que existia no imóvel, além de documentação de alguns atletas a serem analisadas para buscarmos outros depoimentos em sede policial”, explicouo titular da Dcav. Até o momento, a polícia identificou cinco vítimas no Rio de Janeiro e ouviu três testemunhas, além de outra vítima de abuso no Rio, que retornou para Rondônia.
No alojamento os policiais encontraram uma situação insalubre na qual as vítimas eram mantidas. Na geladeira poucos alimentos eram utilizados na alimentação dos atletas. Em um quarto trancado com cadeado pelo lado de fora, que seria o do técnico, os agentes localizaram telas de monitoramento.
Ainda de acordo com o titular da distrital, o celular do suspeito foi apreendido e o aparelho passará por uma perícia pois o suspeito teria apagado vídeos dos abusos antes de ser preso. Além disso, ele teria pedido a duas vítimas que não contassem sobre os episódios. Agora, a unidade aguarda o laudo da perícia. O treinador foi convocado para prestar depoimento, mas permaneceu em silêncio. Um dos jovens que teria sido aliciado pelo treinador afirma que há cerca de 30 vítimas de abuso, mas a unidade ainda investiga esse número.
O suspeito foi preso no sábado, em um clube na Zona Norte. A delegacia também recebeu relatos de outros crimes como o constrangimento de adolescente, maus-tratos e armazenamento de vídeos contendo pornografia dos estupros praticados pelo investigado.
O técnico cooptava atletas de baixa renda em outros estados, prometendo uma carreira de sucesso em grandes clubes. Todavia, o mesmo ficava de posse da documentação dos atletas que não conseguiam nem mesmo retornar para suas casas ou jogar por outros clubes. De acordo com as investigações, o suspeito se intitulava policial e utilizava diversas ameaças para que os jovens cedessem e não divulgassem os abusos, até mesmo na presença de outros atletas.
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