Publicado 02/10/2021 10:37
Rio - Manifestantes foram às ruas do Centro do Rio, neste sábado (2), para protestar contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). O ato começou por volta das 10h, na Candelária, e terminou às 14h, na Cinelândia. A mobilização também aconteceu em outras capitais do país.
Manifestantes levaram faixas e cartazes pedindo o impeachment do presidente da República. As principais pautas são a má condução da pandemia por parte do governo federal e a crise econômica. A campanha 'Bolsocaro', que ganhou as redes sociais como crítica à alta dos preços durante a gestão do presidente, esteve presente em cartazes. O valor do gás de cozinha, da gasolina e de produtos básicos nos supermercados foram lembrados. As suspeitas de irregularidades na compra de vacinas e na ocultação dos dados da covid-19, investigados pela CPI da Covid no Senado, também receberam críticas.
O diretor artístico Chico Couto, 36, foi fantasiado ao ato da Candelária. Vestido com um macacão preto, ele estilizou bandeiras do Brasil, com um cifrão no lugar do 'Ordem e Progresso'. A intenção foi lembrar das suspeitas de corrupção na compra de vacinas, investigadas pela CPI da Covid. "É uma forma de expressar a rebeldia, de alguma forma", comentou o manifestante.
Os organizadores não deram uma estimativa de público, mas avaliam que o ato foi positivo e serviu de ensaio para o dia 15 de novembro. Partidos de oposição planejam fazer um ato nacional no feriado da Proclamação da República, com maior capilaridade política do que o deste sábado, e presença maior de público. A intenção é confrontar em tamanho os atos de apoio ao presidente no último 7 de Setembro. Na ocasião, apoiadores de Bolsonaro foram às ruas para apoiá-lo, com pautas de caráter antidemocrático - como pedidos de fechamento do STF.
À frente do ato de oposição deste sábado estiveram 13 partidos de esquerda e centro e centro-esquerda: PT, PSOL, PC do B, PSB, Cidadania, Solidariedade, PDT, Rede, PV, PCB, UP, PCO e PSTU. Organizações sociais, sindicais e movimentos de juventude também levaram militantes.
Candidato nas últimas eleições presidenciais, Ciro Gomes (PDT) esteve no ato do Rio e discursou. Boa parte dos manifestantes, no entanto, levaram cartazes e camisetas a favor de Lula (PT). Até um boneco inflável do ex-presidente foi carregado durante o protesto. Lula tem figurado como líder das pesquisas de intenções de voto, ainda que um ano antes das eleições.
Em setembro, um ato em Copacabana contra Jair Bolsonaro também foi realizado, mas organizado por movimentos liberais e conservadores que discordam da conduta do presidente à frente da gestão econômica e da pandemia. No ato do dia 12, partidos de esquerda não toparam a participação por conta do viés de 'terceira via': faixas e bandeiras negavam tanto Bolsonaro quanto Lula como opções para 2022.
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