Publicado 18/10/2021 15:36 | Atualizado 18/10/2021 15:44
Rio - Das 78 mulheres vítimas de feminicídio no estado do Rio de Janeiro no ano de 2020, 52 delas eram mães, das quais 34 tinham filhos menores de idade. Em cerca de 20% dos casos (15), os filhos das vítimas presenciaram o crime. As informações fazem parte do Dossiê Mulher, elaborado e divulgado nesta segunda-feira (18) pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Entre as vítimas de feminicídio, 57,7% tinham entre 30 e 59 anos de idade, das quais 55,1% eram negras. O Dossiê aponta ainda que mais de 40% das mulheres foram mortas por faca, facão ou canivete, e 24,4% por arma de fogo.
O levantamento do ISP apontou que os companheiros ou ex-companheiros representam 78,2% dos autores dos crimes e quase 75% das mulheres foram mortas dentro de uma residência. Os dados mostram ainda que uma briga motivou o crime para 27 homicidas, e o término do relacionamento foi apontado por 20 criminosos. Mais da metade das vítimas já tinha sofrido algum tipo de violência que não foi registrada em delegacia. Entre os autores dos crimes, sete a cada dez foram presos ou se entregaram para a autoridade policial.
O levantamento do ISP apontou que os companheiros ou ex-companheiros representam 78,2% dos autores dos crimes e quase 75% das mulheres foram mortas dentro de uma residência. Os dados mostram ainda que uma briga motivou o crime para 27 homicidas, e o término do relacionamento foi apontado por 20 criminosos. Mais da metade das vítimas já tinha sofrido algum tipo de violência que não foi registrada em delegacia. Entre os autores dos crimes, sete a cada dez foram presos ou se entregaram para a autoridade policial.
O estudo revela ainda que do total de vítimas de feminicídio, nove delas tinham medidas protetivas contra seus agressores, mas 80% delas não denunciaram às autoridades sobre o descumprimento. Ao todo, foram registrados 2.003 descumprimentos no último ano, uma média de cinco por dia. Companheiros ou ex-companheiros foram 86% dos autores do descumprimento de medida protetiva. O Instituto constatou que o interior do estado teve a maior concentração desse tipo de crime (42,7%), seguido da Baixada Fluminense (28,6%) e da capital (23,3%). A ordem é a mesma na análise de locais que mais registraram feminicídios.
Juíza é morta pelo ex-marido na frente das filhas
Entre as estatísticas de feminicídio no Rio de Janeiro, está a juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos. Ela foi morta a facadas no início da noite da véspera de Natal do ano passado, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O autor do crime é o ex-marido dela, o engenheiro Paulo José Arronenzi, que a matou na frente das três filhas do casal, menores de idade. Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra o momento do assassinato. Nas imagens, aos gritos, as crianças pedem que o pai pare de golpear a mãe.
O homem não aceitava o fim do relacionamento. Viviane havia feito um registro de ameaça e lesão corporal contra o ex-marido meses antes, em setembro. Na época, ela chegou a ter escolta policial concedida pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), mas logo pediu a suspensão. Em 2007, uma ex-namorada do engenheiro já havia registrado ocorrência policial contra ele, porque estaria sendo importunada, por ele não aceitar o fim do relacionamento.
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