Publicado 20/10/2021 16:40
Rio - Em um movimento inédito, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e de Niterói, Axel Grael, firmaram, nesta quarta-feira, um acordo de cooperação em prol de uma agenda única de combate à emergência climática, voltada à gestão de recursos hídricos. Com a aliança, as duas cidades formaram oficialmente uma "megacidade" para a representação do setor público na Aliança de Megacidades para a Água e o Clima, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A parceria Rio-Niterói estará reunida na II Conferência Internacional sobre Água, Megacidades e Mudança Global, entre os dias 11 e 14 de janeiro de 2022, em Paris, na França, seis anos após a primeira edição. Antes, entre 31 de outubro e 12 de novembro deste ano, as duas cidades marcarão presença com uma ação unificada na COP26, conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU), em Glasgow, na Escócia.
"Esse é um momento muito especial, de consolidação de uma parceria. São muitos os desafios e esse é um tema importante. Rio e Niterói têm de ter esse protagonismo de trazer o assunto à mesa. A agenda ambiental tem muita relevância e impacto na vida das pessoas", disse o prefeito do Rio.
Paes e Grael celebraram a parceria no Museu do Amanhã, na Praça Mauá, junto com os secretários municipais de Meio Ambiente do Rio, Eduardo Cavaliere, e do Clima de Niterói, Luciano Paez. Estiveram presentes também na cerimônia a presidente do Comitê de Bacia da Baía de Guanabara, Christianne Bernardo da Silva, e o secretário de Integração Metropolitana, Achilles Barreto. Além das cidades fluminenses, São Paulo é a outra megacidade brasileira.
Responsável por 61% da população da Região Metropolitana do Estado e integrantes da bacia hidrográfica da Baía de Guanabara - com quase 40% da população deste território -, Rio e Niterói estarão juntas em ações e planos relacionados à pesquisa, soluções técnicas, educação ambiental, informação e políticas públicas relacionadas à gestão hídrica e mudanças climáticas.
"É fundamental que se tenha essa articulação com cidades que tenham agendas complementares e que já estejam conectadas com essa questão do clima, a mais urgente quando pensamos em sustentabilidade. Rio e Niterói são as sentinelas da Baía de Guanabara, temos muita coisa em comum e precisamos trabalhar juntos nessa agenda", ressaltou Axel Grael.
Rio e Niterói: cidades atuantes na defesa do Clima
Rio e Niterói têm planos para enfrentamento das mudanças do clima. A capital anunciou, em junho de 2021, seu Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática (PDS), que estabelece metas até 2030 e 2050. No PDS, são 134 metas para ser atingidas até 2030, desdobradas em 978 ações, além das medidas que se espera alcançar até 2050. Um dos objetivos é alcançar, até 2030, a redução de 20% das emissões de gases de efeito estufa em relação às emissões de 2017.
Já Niterói tem o objetivo de neutralizar as emissões de carbono até 2050. A prefeitura finaliza seu planejamento para apresenta-lo até o fim do ano. A cidade tem a primeira Secretaria dedicada exclusivamente às questões climáticas. De acordo com a Prefeitura de Niterói, estão em desenvolvimento projetos voltados para educação ambiental, preservação de parques e florestas, recuperação da Lagoa de Piratininga, iniciativas de reflorestamento, controle da emissão de gases do efeito estufa, saneamento, entre outros.
"Começamos a construir uma agenda fundamental nesse cenário de crise que estamos passando frente aos eventos extremos. A Baía de Guanabara, em especial, será nosso palco de atuação, além de todas as bacias de seu entorno. Estamos fazendo um trabalho para que as próximas gerações reconheçam a sensibilidade que as duas cidades, numa gestão integrada, vão desenvolver dentro dessa agenda climática", disse o secretário do Clima de Niterói.
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