Publicado 20/10/2021 14:38 | Atualizado 20/10/2021 17:04
Rio - O corpo do cirurgião Claudio Marsili, 64 anos, foi cremado no início da tarde desta quarta-feira (20) no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju. O velório começou às 11h, incluiu uma missa e reuniu mais de cem pessoas entre parentes, amigos e colegas de trabalho.
Marcada por ritos católicos, parentes e amigos rezaram um terço no momento da chegada do corpo, às 10h40. Pelo menos dois sacerdotes estavam no salão em frente à capela consolando os presentes. Na sequência, foi rezada uma missa no local.
Sobrinha da vítima, Adriana Basílio conta que Claudio será lembrado pela alegria. O médico amava velejar, segundo parentes. "A gente foi pego de surpresa de uma forma muito cruel, triste e violenta. Ele era uma pessoa muito iluminada alegre, sempre sorrindo, muito do bem", contou a esposa do sobrinho de Claudio.
Amigo do filho da vítima, Renato Fonseca,36, estudante de medicina, lembra que foi estimulado a realizar o curso pelo cirurgião. "Dr. Cláudio era fantástico. Muito benevolente. Fez muita diferença. A família não quer vingança. Em nenhum momento, você vê expressão de raiva. Claro que há tristeza, mas são religiosos", comentou Fonseca.
Entre os presentes, estava o ator Julio Cazarré. Uma coroa de flores foi enviada em nome da família do artista para o velório do cirurgião.
Outra das mais de 30 coroas de flores era do Vivendas da Barra, condomínio do presidente Jair Bolsonaro no Rio, onde também morava o PM Ronnie Lessa, acusado de matar vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
O vizinho e amigo Luiz Fernando destacou o valor que Claudio dava à família. "Cláudio era alegre, religioso, valorizava tudo que tinha de bom. Nosso condomínio tem uma rampa de entrada. Uma vez o vi subindo abraçado aos dois filhos e sorrindo. Aquela cena me marcou muito", afirmou.
Claudio Marsili deixa dois filhos e oito netos.
O cirurgião foi morto na porta da clínica na qual era sócio, na Rua Fernando Mattos. Ele chegava para mais um dia de trabalho e havia acabado de estacionar o carro quando foi abordado pelos bandidos. Mesmo após entregar a chave de carro, uma Hilux, acabou baleado na cabeça.
Horas após a morte do cirurgião, a polícia encontrou o carro usado pelos bandidos e prendeu um suspeito. Com ele, além de munições, a polícia encontrou a caneta, o carimbo do cirurgião e uma chave que seria do carro de Marsili. O veículo estava na parte alta do Morro do Turano, na Zona Norte. Com ele, além de munições, a polícia encontrou a caneta e o carimbo do cirurgião.
Momentos depois, o carro do cirurgião foi localizado por equipes da Polícia Civil, em uma rua que dá acesso ao Turano.
A morte de Marsili é investigada pela Delegacia de Homicídios da Capital.
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