Publicado 10/11/2021 12:53
Rio – Amigos e familiares de Charles Souza Alves, de 30 anos, se emocionaram durante o enterro do motorista de aplicativo nesta quarta-feira (10), no Jardim da Saudade, em Paciência, na Zona Oeste do Rio. No local, cerca de 50 pessoas acompanharam a cerimônia e algumas usavam uma camiseta com o rosto do rapaz. Charles foi encontrado morto, na Avenida Brasil, com marcas de tiros, nesta terça, horas depois de separar uma briga em Padre Miguel, também na Zona Oeste. A Polícia Civil disse segue com a investigação e levanta informações para identificar a autoria do crime e esclarecer o caso. fotogaleria
Muito comovida, Juliana Alves, prima da vítima, precisou ser amparada por outros familiares ao falar do rapaz. “Minha família não merece isso. Como é que entende uma coisa dessa? Tem como? Não dá. Não dá para digerir. Morrer assim, do nada, ele foi arrancado da minha família”, desabafou.
Charles teria tentado separar a briga de um amigo, na madrugada da última segunda (08) e desapareceu depois disso. Amigos acreditam que ele tenha sido sequestrado pois o carro tinha sinais de arrombamento. A confusão aconteceu na Rua Figueiredo Camargo, em Padre Miguel, também na Zona Oeste. Douglas Mourão, outro primo da vítima, diz que a família quer esclarecimentos sobre o caso.
“A gente só pede justiça. É muito difícil ver a dor de uma mãe, a dor do filho dele, de doze anos, que nem veio hoje para ter a última lembrança do pai. Charles era uma pessoa excelente, um rapaz trabalhador, não fazia mal a ninguém”, disse Douglas.
Segundo ele, o amigo de Charles que estava envolvido na discussão já prestou esclarecimentos na Delegacia de Homicídios da Capital, mas que a polícia não informou sobre atualizações da investigação. “Informações muito desencontradas, na realidade a gente não sabe o que aconteceu ao certo. Só sabemos que infelizmente mais uma vida se vai e a gente fica de pés e mãos atados, à mercê da justiça”, disse o primo da vítima.
Amigos acreditam que ele tenha sido sequestrado após a confusão
Eduardo Giangiarulo, amigo da vítima, diz que Charles foi agredido ao tentar separar a briga de um amigo e outro rapaz. Depois da briga, a vítima foi em direção ao carro para ir embora, mas teria sido abordado antes mesmo de chegar no veículo.
"A gente imagina que ele tenha sido sequestrado até a Avenida Brasil. O carro dele estava trancado e com sinais de arrombamento no mesmo lugar onde aconteceu a briga. O amigo dele, que voltou sozinho, chegou em casa e ele não".
Antônio Alves, pai de Charles, que esteve no Instituto Médico Legal (IML) do Centro para liberar o corpo do filho, era só elogios ao rapaz.
"Era um menino muito querido. Eu fiquei até surpreso com tanto carinho que as pessoas tinham por ele. Depois disso que aconteceu, minha casa ficou superlotada. Está tudo muito estranho. O carro ficou no mesmo lugar e ele não. Foi uma covardia. Atiraram na testa dele. Eu quero justiça. Ele era meu único filho homem. Estou aqui me segurando para não chorar. Minha esposa desmaia toda hora. Nunca imaginei que isso fosse acontecer".
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