Publicado 12/11/2021 13:39
Rio - O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, voltou a descartar que a Doença de Creutzfeldt-Jakob, popularmente conhecida de 'doença da vaca louca', esteja em transmissão no Rio. Na quinta-feira, o Ministério da Agricultura e a Fiocruz já haviam negado que os quadros de dois pacientes, de Duque de Caxias e Belford Roxo, fossem indícios de transmissão.
Também já foi descartado que os sintomas adquiridos pelos pacientes tenham sido fruto de consumo de carne bovina. "Foi uma confusão. Não tem nenhuma pessoa com suspeita de 'vaca louca' no município do Rio. É uma doença similar, parecida, degenerativa, mas não existe esse tipo de suspeita de nenhum paciente que tenha contraído doença comendo carne bovina. Foi uma grande confusão, dois casos isolados", afirmou Soranz, durante apresentação do Boletim Epidemiológico da Covid-19, nesta sexta-feira (12).
O prefeito Eduardo Paes, em tom bem humorado, aproveitou para brincar: disse que renunciaria caso fosse obrigado a administrar a cidade com uma epidemia de doença da vaca louca, depois da pandemia da Covid-19. "A única coisa que impede o consumo de carne bovina é o preço da picanha", brincou Paes.
Ministério da Agricultura e Fiocruz descartam que casos investigados no Rio sejam vaca louca
O Ministério da Agricultura e Pecuária e própria Fiocruz descartaram, no fim da tarde desta quinta-feira, que os dois pacientes tratados pela fundação com suspeita do mal da vaca louca estejam com variante transmitida pelo consumo de carne bovina. De acordo com o Instituto, os pacientes deram entrada com suspeita de Encefalopatia Espongiforme Bovina, mas tem quadro de forma esporádica da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ). A patologia não tem relação com o consumo de carne.
"As encefalopatias espongiformes correspondem a uma família de doenças degenerativas causadas por um agente infeccioso que altera as proteínas do cérebro, danificando o sistema nervoso. Existem, na verdade, algumas formas diferentes. A principal delas a da Doença de Creutzfeldt-Jakob, cuja principal manifestação é a forma esporádica, que é uma forma que acontece na população em geral sem uma causa clara. Não é transmissível por contato social, não é transmissível por consumo de carne", explicou o médico Estêvão Portela Nunes, vice-diretor de Serviços Clínicos Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, onde os pacientes estão em isolamento.
Segundo o instituto, o quadro foi revelado após análise dos quadros clínicos e radiológicos dos pacientes, que são de Duque de Caxias e de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. A idade e o sexo dos pacientes não foi revelado pela fundação. Os dois estão em isolamento em ala destinada a pacientes com covid-19 no Instituto Evandro Chagas, que fica em Manguinhos, na Zona Norte.
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