Publicado 24/11/2021 12:19
Rio - A Prefeitura do Rio está convocando os cariocas, nesta quarta-feira, que ainda não se vacinaram contra a gripe a comparecerem a um posto de saúde para garantir a sua dose. Nas últimas semanas, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) registrou um aumento de casos de gripe após moradores da Favela da Rocinha, Zona Sul do Rio, irem à unidades de saúde sentindo dores de cabeça e no corpo, febre, calafrios, resfriado forte e mal estar.
Os sintomas lembram os do coronavírus, mas são de Influenza A, a gripe, doença causada pelo vírus H3N2. Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, as vacinas contra a gripe e contra a covid-19 podem ser administradas no mesmo dia.
"A partir de novos estudos, o Ministério da Saúde já verificou que é seguro tomar as vacinas contra a covid e Influenza A juntas. Não é preciso ter nenhum tipo de intervalo mínimo", disse Soranz em entrevista ao RJTV, da Globo.
O imunizante está disponível para toda a população acima de 6 meses de idade e pode ser encontrado nas unidades de Atenção Primária do Município do Rio, como Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde, de segunda a sexta-feira das 8h às 17h. De acordo com a SMS, a cobertura vacinal do público-alvo da campanha de vacinação da gripe foi de apenas 55,7% da população.
Soranz informou que já são mais de 3.500 casos de gripe notificados. O secretário disse que todo mundo que tem sintoma de gripe hoje precisa fazer o teste da covid e na maioria dos casos esses exames estão dando positivo para a Influenza.
"Não era esperado o aumento de casos nesse período do ano e isso está ligado pela baixa cobertura vacinal e porque nós também ficamos dois anos com a covid dominando o mapeamento viral da população. Só a vacina mesmo para proteger e diminuir esses casos", alertou Soranz.
Nesta terça-feira, a Rede de Vigilância em Saúde esteve presente em dezenas de unidades de saúde para avaliar o cenário epidemiológico e investigação laboratorial. Foram realizadas cerca de 300 coletas de todo o município do Rio em parceria com laboratórios do Lacen RJ e Fiocruz. Apenas cerca de 3% dos casos testados apresentaram positividade para covid-19.
A Influenza A pode se agravar em crianças de 6 meses a 6 anos de idade, gestantes e em idosos com mais de 60 anos. A Secretaria também afirma que as medidas de proteção são semelhantes às de covid-19, como manter distanciamento social, uso de máscaras e higiene das mãos com álcool 70% ou com água e sabão.
O presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri, disse que a volta da Influenza está ligada ao distanciamento social provocado pela covid-19.
"A covid-19, o afastamento, o uso das máscaras acabou alterando a distribuição da sazonalidade dos vírus. Então, a gente praticamente nesses dois anos vimos pouca circulação de qualquer outro vírus. Em função do distanciamento e do próprio protagonismo que a covid teve", disse o infectologista que acrescentou:
"Nós estamos vivenciando agora a circulação de outros vírus no Brasil. No Rio Grande do Sul tem vírus sincicial respiratório. No Rio de Janeiro, a Influenza. Tinha um acúmulo de pessoas suscetíveis não infectadas durante quase dois anos e que agora cria um ambiente propício de maior circulação do vírus. Eu acho que é uma readequação, na verdade, o inverno que vem já pode voltar a uma sazonalidade, uma concentração destes casos no inverno, como é o habitual".
Kfouri ainda explicou a importância das autoridades de saúde fazerem um monitoramento do vírus.
"A gente tem dois tipos de vigilância, a sentinela que é aqueles postos que colhem semanalmente amostras de doença respiratória e temos a vigilância da síndrome respiratória aguda grave que são os hospitalizados. Essa vigilância que foi também meio esquecida por conta da covid precisa ser recuperada para a gente entender de novo essa dinâmica da circulação dos vírus respiratórios. Essa síndromes gripais são todas muito semelhantes. Por isso é importante essa vigilância e a detecção do que tá acontecendo em termos de circulação entre nós".
"A gente tem dois tipos de vigilância, a sentinela que é aqueles postos que colhem semanalmente amostras de doença respiratória e temos a vigilância da síndrome respiratória aguda grave que são os hospitalizados. Essa vigilância que foi também meio esquecida por conta da covid precisa ser recuperada para a gente entender de novo essa dinâmica da circulação dos vírus respiratórios. Essa síndromes gripais são todas muito semelhantes. Por isso é importante essa vigilância e a detecção do que tá acontecendo em termos de circulação entre nós".
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