Publicado 30/11/2021 13:30
Rio - A Delegacia de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) vai ouvir, na tarde desta terça-feira, mais um dos PMs do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) que participou da operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, no último dia 21. Esse será o segundo agente que integrava a fração de uma equipe que efetuou disparos numa área de mata, na localidade da Palmeira, a ser ouvido. O Ministério Público do Rio (MPRJ) também está colhendo depoimentos dos militares.
No dia último dia 22, um dia após a saída dos militares do conjunto de favelas, moradores encontraram oito corpos no mangue. Segundo a perícia, eles foram mortos por tiros de fuzil e os ferimentos eram semelhantes aos provocados pelos armamentos utilizados pelos PMs.
Na segunda-feira (29), a especializada já havia colhido o termo de declaração de um outro PM. Ele foi o primeiro a comparecer na sede da delegacia para falar sobre a operação. Vestindo a farda do Bope, ele chegou na DH no final da tarde e não falou com a imprensa.
Oito policiais prestarão depoimento. A previsão é de que a DHNISG ouça um agente por dia para esclarecer em que circunstâncias os tiros foram efetuados na área de mata e entender a dinâmica das mortes.
O MP também está colhendo os depoimentos dos PMs. A Auditoria Militar instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar o caso. O órgão ouviu, na segunda-feira, quatro agentes e hoje irá ouvir mais militares.
As armas usadas pela equipe policial durante a ação já foram entregues pela corporação militar na sede da DH, no dia 24. Foram apreendidos quatro fuzis Colt calibre 5.56 e quatro AR-10 calibre 7.62, que passarão por confronto balístico.
A operação da unidade especial foi realizada durante o final de semana passado, após o sargento Leandro Rumbelsperger da Silva, de 38 anos, lotado no 7º BPM, morrer em confronto com traficantes da região, no início da manhã de sábado (20).
Em relatório produzido para justificar a excepcionalidade da operação, a Polícia Militar alegou que os militares do Bope se dirigiram até o Complexo do Salgueiro para resgatar colegas de farda que não conseguiam sair da comunidade e identificar e prender os responsáveis pela morte do sargento.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.