Publicado 12/12/2021 13:55 | Atualizado 12/12/2021 14:28
Rio - Amigos e familiares se despediram de Hildemar Diniz, o mestre Monarco, na tarde deste domingo na quadra da escola de samba da Portela, em Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio. O último adeus ao baluarte teve samba na palma da mão.
Dezenas de coroas de flores foram colocadas na quadra, além das bandeiras da Império Serrano e da Unidos de Jacarepaguá, escolas das quais fez parte ainda na juventude.
Famosos também estiveram na quadra da Portela pra se despedirem do presidente de honra da escola. Diogo Nogueira ressaltou a importância de Mestre Monarco.
"Nosso papel hoje é manter vivo o legado dele e continuar cantando as canções desse homem imenso que sempre valorizou os jovens compositores do samba. A memória dele continua viva através de suas canções e sua elegância. Ele era a própria Portela".
"Nosso papel hoje é manter vivo o legado dele e continuar cantando as canções desse homem imenso que sempre valorizou os jovens compositores do samba. A memória dele continua viva através de suas canções e sua elegância. Ele era a própria Portela".
Amigos há 57 anos, Paulinho da Viola falou sobre a amizade dos dois e ressaltou a inteligência de Monarco:
"Monarco era história, era a voz de um tempo que não temos mais. Cada encontro com ele a gente descobria que não sabia nada. Já tem um grupo preocupado que os mais novos não dependam apenas do conhecimento e da oralidade dos mais antigos. Temos que registrar todas estas histórias das escolas de samba, não só da Portela, para que a história não fique cortada. Pelo que eu ouço, a história da Portela está contada pela metade. Daí a importância de pessoas como o Monarco que, dos mais antigos, era o que mais estava aqui na Portela, sempre presenta na escola".
"Monarco era história, era a voz de um tempo que não temos mais. Cada encontro com ele a gente descobria que não sabia nada. Já tem um grupo preocupado que os mais novos não dependam apenas do conhecimento e da oralidade dos mais antigos. Temos que registrar todas estas histórias das escolas de samba, não só da Portela, para que a história não fique cortada. Pelo que eu ouço, a história da Portela está contada pela metade. Daí a importância de pessoas como o Monarco que, dos mais antigos, era o que mais estava aqui na Portela, sempre presenta na escola".
Monarco estava internado desde o dia 21 de outubro no Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, e a causa da morte ainda não foi divulgada pela família.
O sambista foi um grande poeta de uma das escolas de samba mais tradicionais do Rio de Janeiro. Entrou para a ala de compositores com apenas com 17 anos, em 1950, dando início a uma caminhada longa no mundo do samba. Ele nasceu em Cavalcante, na Zona Norte e ainda criança foi morar em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Mais tarde voltou a capital, para Oswaldo Cruz, bairro que é um dos berços da Portela.
O baluarte liderava a velha-guarda da escola desde 1995 após a morte do compositor Manaceia. Em 1960 entrou para a Unidos do Jacarezinho, mas voltou para a azul e branco em 1969. Em 1970 gravou o álbum "Portela, passado de glória", obra que contou com a produção de Paulinho da Viola.
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